“Os meios de se combater a obsessão – esclarece o eminente seareiro – variam de acordo com o caráter que ela reveste. E elucida: ‘as imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à sua libertação’. (…)
Com origem nos refolhos do Espírito encarnado, obsessões há em escala infinita e, consequentemente, obsidiados existem em infinita variedade, sendo a etiopatogenia de tais desequilíbrios, genericamente denominada distúrbios mentais, mais ampla do que a clássica apresentada, merecendo destaque aquela denominação causa cármica”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 27)
“A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente.
Os tratamentos da obsessão, por conseguinte, são complexos, impondo alta dose de renúncia e abnegação àqueles que se oferecem e se dedicam a tal mister”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 29)
“Nem sempre, porém, os resultados são imediatos. Para a maioria dos Espíritos, o tempo, conforme se conta na Terra, tem pouca significação. Demoram-se, obstinados, com tenacidade incomparável nos propósitos a que se entregam, anos a fio, sem que algo de positivo se consiga fazer, prosseguindo a tarefa insana, em muitos casos, até mesmo depois da morte… Isto porque do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão. Iniciado o programa de recuperação, deve este esforçar-se de imediato para a modificação radical do comportamento, exercitando-se na prática das virtudes cristãs, e, principalmente, moralizando-se. A moralização do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que, através de uma renovação íntima bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto a eficiência das diretrizes que lhe oferecem como normativa de felicidade.
Merece considerar, neste particular, que o desgaste orgânico e psíquico do médium enfermo, mesmo depois do afastamento do Espírito malévolo, ocasiona um refazimento mais demorado, sendo necessária, às vezes, compreensivelmente, assistência médica prolongada.
Diante dos esforços que se conjugam entre o assistente e o assistido, os Espíritos Superiores interessados no progresso da Humanidade oferecem, também, valiosos recursos que constituem elementos salutares e preciosos.
Sem tal amparo, toda incursão que se intente no ministério da desobsessão será improfícua, senão perigosa, pelos resultados negativos que apresenta.
Um espírito lidador, devidamente preparado para as experiências de socorro aos obsidiados, é dínamo potente que gera energia eletromagnética, que, aplicada mediante os passes, produz distonias e desajustes emocionais no hóspede indesejável, afastando-o de momento e facultando, assim, ao hospedeiro a libertação mental necessária para assepsiar-se moralmente, reeducando a vontade, meditando em oração, num verdadeiro programa evangélico bem disciplinado que, segura e lentamente, edifica uma cidadela moral de defesa em volta dele mesmo”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 30 à pg. 32)
“Reencontrando-se, porém, sob o impositivo da Lei inexorável da Divina Justiça, que estabelece esteja o verdugo jugulado à vítima, pouco importando o tempo e a indumentária que os distancia ou caracteriza, tem início o comércio mental, às vezes aos primeiros dias da concepção fetal, para crescer em comunhão acérrima no dia-a-dia da caminhada carnal, quando não precede à própria concepção…
Simples, de fascinação e de subjugação, consoante a classificação do Codificador do Espiritismo, é sempre de difícil extirpação, porquanto o obsidiado, em si mesmo, é um enfermo do espírito.
Vivendo a inquietação íntima que, lenta e seguramente, o desarvora, procede, de início, na vida em comum, como se se encontrasse equilibrado, para, nos instantes de soledade, deixar-se arrastar a estados anômalos sob as fortes tenazes do perseguidor desencarnado.
Ouvindo a mensagem em caráter telepático transmitida pela mente livre, começa por aceder ao apelo que lhe chega, transformando-se, por fim, em diálogos nos quais se deixa vencer pela pertinácia do tenaz vingador.
Justapondo-se sutilmente cérebro a cérebro, mente a mente, vontade dominante sobre vontade que se deixa dominar, órgão a órgão, através do perispírito pelo qual se identifica com o encarnado, a cada cessão feita pelo hospedeiro, mais coercitiva se faz a presença do hóspede, que se transforma em parasita insidioso, estabelecendo, depois, e muitas vezes em definitivo enquanto na luta carnal, a simbiose esdrúxula, em que o poder da fixação da vontade dominadora consegue extinguir a lucidez do dominado, que se deixa apagar…
Em toda obsessão, mesmo nos casos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo os fatores predisponentes e preponderantes – os débitos morais a resgatar – que facultam a alienação.
Descuidado quase sempre dos valores morais e espirituais – defesas respeitáveis que constroem na alma um baluarte de difícil transposição –, o candidato ao processo obsessivo é irritável, quando não nostálgico, ensejando pelo caráter impressionável o intercâmbio, que também pode começar nos instantes de parcial desprendimento pelo sono, quando, então, encontrando o desafeto ou a sua vítima dantanho, sente o espicaçar do remorso ou o remorder da cólera, abrindo as comportas do pensamento aos comunicados que logo advirão, sem que se possa prever quando terminará a obsessão, que pode alongar-se até mesmo depois da morte…
Estabelecido o contato mental em que o encarnado registra a interferência do pensamento invasor, soa o sinal alarmante da obsessão em pleno desenvolvimento”… (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 36 à pg. 37)
A seguir, alguns aspectos para reflexão:
Reforma íntima moral
“(…) É, pois, indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos. Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, Questão 479) (pg. 127)
Obsessão e desobsessão: escravização e libertação do pensamento. (pg. 131)
Pensamentos viciados. Mente subjugada à escravidão das paixões. Caminhos que escolhemos por vontade própria. (pg. 133)
Dos tormentosos processos obsessivos, o homem só se liberará quando entender o quanto é responsável pelo próprio tormento e pelos que infligiu aos que hoje lhe batem às portas do coração, roubando a paz que julgava merecer. (pg. 134)
Somos responsáveis pela qualidade dos nossos pensamentos. Não nos bastam frenar atitudes menos dignas e permitir que nas asas do pensamento elas se realizem. Não nos é suficiente disciplinar o nosso comportamento e trazer no íntimo o pensamento conturbado, ansiando pelas realizações que a consciência censurou.
Cabe-nos disciplinar as emoções e os pensamentos que defluem delas. Mas essa disciplina deve ser fruto da compreensão. Da certeza do que é realmente melhor. É preciso querer gostar de atuar no bem e consequentemente de pensar no bem e pensar bem. (pg. 135)
Pelo pensamento desceremos aos abismos ou chegaremos às estrelas. Pelo pensamento nós nos tornamos escravos ou nos libertamos.
A obsessão é, pois, o pensamento a transitar e a sintonizar nas faixas inferiores.
Desobsessão, ao invés, é a mudança de direção do pensamento para rumos nobres e construtivos. É a mudança do padrão vibratório, sob o influxo da mente, que optou pela frequência mais elevada. (pg. 136)
Essa mudança é uma questão de escolha. De seleção.
E só se chega a tal estado, a uma transformação dessa espécie, acionando-se uma das maiores potencialidades que existe no ser humano: a Vontade”. (pg. 137)(Suely Caldas Schubert, Obsessão/Desobsessão)
Assim, qualquer mudança é uma questão de escolha e de vontade.
O problema da obsessão, sob qualquer aspecto considerado, é também problema do próprio obsidiado.
As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à sua libertação. Se conseguirem melhorar-se, seus anjos guardiães se aproximarão e a simples presença deles bastará para afastar o mau Espírito ou maus pensamentos. As imperfeições morais dão azo à ação dos Espíritos obsessores e que o mais seguro meio de a pessoa se livrar deles é atrair os bons pela prática do bem.
“Não se trata de proteção, mas de esforço próprio. O obsidiado, além de enfermo, representante de outros enfermos, quase sempre é também uma criatura repleta de torturantes problemas espirituais. Se lhe falta vontade firme para a auto-educação, para a disciplina de si mesma, é quase certo que prolongará sua condição dolorosa além da morte”. (…)
“Apenas o doente convertido voluntariamente em médico de si mesmo atinge a cura positiva. No doloroso quadro das obsessões, o princípio é análogo.
Se a vítima capitula sem condições, ante o adversário, entrega-se-lhe totalmente e torna-se possessa, após transformar-se em autômato à mercê do perseguidor.
Se possui vontade frágil e indecisa, habitua-se com a persistente atuação dos verdugos e vicia-se no círculo de irregularidades de muito difícil corrigenda, porquanto se converte, aos poucos, em polos de vigorosa atração mental aos próprios algozes.
Em tais casos, nossas atividades de assistência estão quase circunscritas a meros trabalhos de socorro, objetivando resultados longínquos. Quando encontramos, porém, o enfermo interessado na própria cura, valendo-se de nossos recursos para aplicá-los à edificação interna, então podemos prever triunfos imediatos”. (Cecília Rocha. Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa Complementar – Tomo Único)
Ação própria repelindo os maus pensamentos sugeridos
Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo dos maus Espíritos e libertar-se da dominação deles, desde que demonstre vontade firme para isso.
Paulo de Tarso, no fim de sua jornada na Terra, disse: “combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. Em nosso dia a dia, na luta interna do bem contra o mal, significa também combater os maus pensamentos com bons pensamentos e manter a fé.
Como já comentado, quando você escutar uma ideia torturante que teima por se fixar, interrompendo o curso dos pensamentos, ou uma imperiosa atuante força psíquica interferindo nos seus processos mentais, ou verifique a vontade sendo dominada por outra vontade que parece dominar, ou experimente inquietação crescente, na intimidade mental, sem motivos reais, ou sinta o impacto do desalinho espiritual em franco desenvolvimento, acautele-se e reaja, pois pode se encontrar em um processo de obsessão.
Para distinguir os nossos pensamentos dos que são sugeridos, Kardec explica que, quando um pensamento nos é sugerido, temos a impressão de que alguém nos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar.
Para distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau, temos que estudar o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Cabe a nós discernir.
Há pessoas a quem agrada uma dependência que lhes lisonjeia os gostos e os desejos. Qualquer, porém, que seja o caso, aquele que não tiver puro o coração nenhuma influência exercerá. Os bons Espíritos não lhe atendem ao chamado e os maus não o temem.
Em termos de jugo, Jesus apresenta a sua condição para a assistência e para a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição é a da própria lei que ele ensina: seu jugo é a observação dessa lei. O jugo de Jesus é suave e o fardo leve. A lei nos impõe como dever o amor e a caridade.
Oração, vigilância e jejum moral
A prece é em tudo um poderoso auxílio, meio eficiente para a cura da obsessão. Não basta que alguém murmure algumas palavras, para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que obram, não os que se limitam a pedir. É indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos.
“Nesse particular, a prece, igualmente, conforme preconiza Allan Kardec, é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 39)
“Por isso o Mestre, diante de determinados perseguidores desencarnados, afirmou: ‘contra esta casta de Espíritos só a oração e o jejum’, e, após atender às aflições de cada atormentado que O buscava, prescrevia, invariável e incisivo: “não voltes a pecar para que algo pior não te aconteça”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 32)
“Por essa razão, a Doutrina Espírita, em convocando o homem ao amor e ao estudo, prescreve como norma de conduta o Evangelho vivo e atuante – nobre Tratado de Higiene Mental – através de cujas lições haure o espírito vitalidade e renovação, firmeza e dignidade, ensinando a oração que enseja comunhão com Deus, prescrevendo jejum, ao crime e continência em relação ao erro, num vade-mecum salvador para uma existência sadia na Terra, com as vistas voltadas para uma vida espiritual perfeita”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 35)
“Nesse sentido, a exortação de Allan Kardec em torno do trabalho é de uma eficácia incomum, porque o trabalho edificante é mecanismo de oração transcendental e a mente que trabalha situa-se na defensiva”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 42)
“Assim sendo, a tríade recomendada pelo Egrégio Codificador reflete a ação, a oração e a vigilância preconizadas por Jesus – processos edificantes de saúde espiritual e ponte que alça o viandante sofredor da Terra ao planalto redentor das Esferas Espirituais, livre de toda a constrição e angústia”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda,pg. 43)
“Para que você atinja a plenitude da harmonia íntima, cultive a oração com carinho e o devotamento com que a mãe atende ao sagrado dever de amamentar o filho.
A prece é uma lâmpada acesa no coração, clareando os escaninhos da alma.
Encarcerado na indumentária carnal, o espírito tem necessidade de comunhão com Deus através da prece, tanto quanto o corpo necessita de ar puro para prosseguir na jornada.
Muitos cristãos modernos, todavia, descurando do serviço da prece, justificam a negligência com aparente cansaço, como se a oração não se constituísse igualmente em repouso e refazimento, oferecendo clima de paz e ensejo de renovação interior”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 43 à pg. 44)
“Não desconhecíamos que em todo processo de desobsessão, se a vigilância, a oração e o jejum moral são condições essenciais, o otimismo e o bom-humor não podem ser relegados para trás. Tristeza é nuvem nos olhos da saúde e irritabilidade é tóxico nos tecidos da paz”… (Nos bastidores da obsessão, pg. 257)
Obsessores e obsidiados são filhos de Deus
Obsessores e obsidiados são filhos do mesmo Pai e a lei é uma só para todos, sendo que todos são atingidos pela justiça, pela misericórdia e pela bondade de Deus.
Nesse sentido, importante destacar uma passagem do livro “Boa Nova”, do Espírito Humberto de Campos: “Senhor, os Espíritos do mal são também nossos irmãos? Inquiriu, admirado, o Apóstolo. Toda a criação é de Deus. Os que vestem a túnica do mal envergarão um dia a da redenção pelo bem. Acaso, poderias duvidar disso? O discípulo do Evangelho não combate propriamente o seu irmão, como Deus nunca entra em luta com seus filhos”. (Boa Nova; Espírito Humberto de Campos; psicografado por Chico Xavier; pg. 49)
Assim, todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.
Cansar a influência do Espírito mau
Cansar-lhe a paciência, mostrando-se mais paciente que ele. Desde que se convença de que está a perder o tempo, retirar-se-á, como fazem os importunos a quem não se dá ouvidos. Isto, porém, pode levar muito tempo.
Evocar bons Espíritos
Os bons Espíritos simpatizam-se com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como consequência da conformidade dos sentimentos.
Os bons Espíritos fazem todo o bem que lhes é possível e se sentem ditosos com as nossas alegrias. Afligem-se com os nossos males, quando os não suportamos com resignação, porque nenhum benefício então tiraremos deles, assemelhando-nos, em tais casos, ao doente que rejeita a beberagem amarga que o há de curar.
Logo, dirigir apelo fervoroso ao seu anjo bom, assim como aos bons Espíritos que lhe são simpáticos, pedindo-lhes que o assistam.
Os bons Espíritos têm mais poder do que os maus, e a vontade deles basta para afastar estes últimos; eles, porém, só assistem os que os secundam pelos esforços que fazem por melhorar-se, sem o que se afastam e deixam o campo livre aos maus, que se tornam assim, em certos casos, instrumentos de punição, visto que os bons permitem que ajam para esse fim.
Sendo um homem de bem, a sua vontade poderá ter eficácia, desde que apele para o concurso dos bons Espíritos, porque, quanto mais digna for a pessoa, tanto maior poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os bons, para os atrair. Todavia, nada poderá, se o que estiver subjugado não lhe prestar o seu concurso.
Orar pelos Espíritos obsessores
Tratar o Espírito obsessor, por mau que seja, com severidade, mas com benevolência e vencê-lo pelos bons processos, orando por ele.
Se for realmente perverso, a princípio zombará desses meios; porém, moralizado com perseverança, acabará por emendar-se e será reconduzido ao bom caminho de uma alma perdida.
Ao orar, suplicar a Deus misericórdia para o Espírito obsessor.
Fazer com que ele perceba as divinas claridades, a fim de que reconheça a falsidade do caminho que está seguindo.
Evocar os bons Espíritos para ajudar a fazê-lo compreender que ele tem tudo a perder na prática do mal, e tudo a ganhar na prática do bem.
Pedir ao Espírito que atormenta ouvir em nome de Deus e compreender que o mal não pode levar ao bem, e que não pode ser mais forte do que Deus e os Bons Espíritos, o quais poderão por fim à obsessão, quando quiserem.
Lembrar que, enquanto é tempo, a justiça de Deus pesará, como sobre todos os outros Espíritos rebeldes. Lembrar que o mal que faz, neste momento, terá forçosamente um fim, enquanto que, se persistir no endurecimento, os sofrimentos aumentarão sem cessar.
Implorar a Deus o seu auxílio, e fazer o bem em vez de fazer o mal.
Buscar ajuda de terceiros (médiuns curadores) em Centro Espírita
“Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É daquele fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau.
Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Nem sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o ser inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar com autoridade, que, entretanto, falece a quem não tenha superioridade moral. Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela.
Mas, ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios; que se faça que o arrependimento desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas com o objetivo de dar-lhe educação moral.
O trabalho se torna mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, para ele concorre com a vontade e a prece.
Outro tanto não sucede quando, seduzido pelo Espírito que o domina, se ilude com relação às qualidades deste último e se compraz no erro a que é conduzido, porque, então, longe de a secundar, o obsidiado repele toda assistência. É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta subjugação.
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor.
Socorrer-se a intervenção de terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade.
Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito. Este ascendente só pode ser moral, só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu poder será tanto maior, quanto maior for a sua superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que se vê forçado a inclinar-se diante dele.
A ação magnética de um bom magnetizador lhe pode ser de grande proveito. Contudo, é sempre conveniente procurar por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior, ou do anjo guardião”. (Cecília Rocha. Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa Complementar – Tomo Único)
Praticar o perdão, a caridade e a indulgência com as faltas alheias
“Então Pedro se aproximou Dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mateus 18: 21-22)
Ajuda-nos, assim, a esquecer todo o mal, cultivando a árvore generosa do perdão, como base para a edificação da felicidade.
Para os que encontraram na vingança a única razão de existir, a simples ideia do perdão é qual raio fulminante, que carboniza.
O perdão que se doa é semente de misericórdia que lançamos na direção do futuro, a benefício próprio. Não recalcitre. Não adie a oportunidade da renovação.
A vida a todos nos aguarda com a ação benigna ou severa com que nos conduzirmos em relação ao nosso próximo. Verdadeiramente infeliz é aquele que não perdoa, não olvida o mal, não oferece oportunidade de redenção.
Todo perseguido resgata e se liberta, enquanto o verdugo se amarra à dívida e se deixa arrastar aos vigorosos potros do sofrimento, vencido, mais tarde, pelos vírus que alimentar nos escaninhos da mente atormentada.
Os que perdoam e ajudam conseguem ainda maior galardão, porque amparam os maus e os vencem com a luz da misericórdia.
No entanto, aqueles que conservam as mágoas intoxicam-se, envenenam-se, dando causa a graves enfermidades que se desatrelam rigorosas, transformando-se em suplícios demorados, cujos responsáveis, no entanto, são os que cultivam os pensamentos inditosos e se comprazem na semeação da ira e do ódio, absorvendo as próprias emanações tóxicas da mente desalinhada.
E os que revidam mal por mal, agressão por agressão, estes já se encontram descambando na direção do abismo, em posição quase irreversível.
Só o perdão irrestrito e total consegue a suprema coroa da paz.
Comentários finais
Pelo apresentado, recordamos que a obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas, sendo que nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.
Essa enfermidade resulta das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às perniciosas influências exteriores, pois a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau.
Vimos que a obsessão apresenta caracteres diversos, necessitando distingui-los por aquilo que resulta do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz.
O termo obsessão é, de certo modo, genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. Interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos e as vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo, como se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar, quais os médiuns.
Fá-lo pensar, falar, agir em seu lugar, impele-o, a seu mau grado, a atos extravagantes ou ridículos; magnetiza-o, em suma, lança-o num estado de catalepsia moral e o indivíduo se torna um instrumento da sua vontade. Tal a origem da obsessão, da fascinação e da subjugação.
A prevenção da obsessão consiste na prática do bem, da caridade, do perdão, da indulgência e na confiança em Deus.
Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que nos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre nós e que nos insuflam as paixões más.
Desconfiemos especialmente dos que nos exaltam o orgulho, pois que esses nos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, nos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios, fazendo que o arrependimento desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas com o objetivo de dar-lhe educação moral.
O trabalho se torna mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, para ele concorre com a vontade e a prece. Outro tanto não sucede quando, seduzido pelo Espírito que o domina, se ilude com relação às qualidades deste último e se compraz no erro a que é conduzido, porque, então, longe de a secundar, o obsidiado repele toda assistência. É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta subjugação.
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor.
Bibliografia:
CAMPOS, Humberto de (Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. Boa Nova. 37ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.
DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 32ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.
KARDEC, Allan; coordenação de Cláudio Damasceno Ferreira Junior. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 4ª Edição. Porto Alegre/RS: Edições Besouro Box, 2011.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 92ª Edição. Rio de Janeiro/RJ: Federação Espírita Brasileira, 2011.
KARDEC, Allan; Tradução de Salvador Gentile. O Livro dos Médiuns. 6ª Edição. Catanduva/SP: Boa Nova Editora, 2013.
MIRANDA, Manoel Philomeno de (Espírito), na psicografia Manoel Divaldo Pereira Franco. Nos bastidores da obsessão. 13ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.
NOBRE, Marlene. A Obsessão e suas Máscaras – Dra. Marlene Nobre. https://www.youtube.com/watch?v=wvVLTSy3ykg. Publicado em 14 de novembro de 2016. Acessado em 10 de janeiro de 2019.
ROCHA, Cecília (organizadora). Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa Complementar – Tomo Único. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2014.
SCHUBERT, Suely Caldas. Obsessão/Desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas. 3ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2018.