“Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’. Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do maligno”. (Mateus, 5: 33-37)
Essa passagem evangélica destaca a importância de sermos íntegros, sem falsos juramentos, e ter o devido o cuidado ao falar “sim” ou “não” para construir um consolo edificante junto aos nossos semelhantes, porquanto ao invés de levantá-los poderemos estar produzindo mais queda.
Esse ensinamento é de suma importância, porquanto algumas palavras de consolo, encorajamento e amor, dentro do contexto do “sim” ou do “não”, poderão conduzir o nosso irmão em direção ao Pai. De um modo ou de outro, poderemos, com simplicidade, fidelidade e lealdade, prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, e fazer um esforço útil para reerguer o irmão aflito.
A esse respeito, o Espírito Emmanuel, em “Falar”, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, muito bem nos alerta:
“Não admitas em tua palavra o corrosivo da malícia ou o azinhavre da queixa. Fala na bondade de Deus, na sabedoria do tempo, na beleza das estações, nas reminiscências alegres, nas induções ao reconforto.
Nos lances difíceis, procura destacar os ângulos capazes de inspirar encorajamento e esperança. (…)
Conversa em trabalho renovador e louva a amizade santificantes. Não te detenhas em demasia sobre mágoas, doenças, pesadelos, profecias temerárias e impressões infelizes; dá-lhes apenas breve espaço mental e verbal, semelhante àquele de que nos utilizamos para afastar um espinho ou remover uma pedra.
Não comentes o mal, senão para exaltar o bem, quando seja possível extrair essa ou aquela lição que ampare a quem lê ou a quem ouve, enobrecendo a vida.
Junto do desespero, providencia o consolo, sem a pretensão de ensinar, e renteando com a penúria, menciona as riquezas que a Bondade divina espalha a mancheias, em benefício de todas as criaturas, sem desconsiderar a dor dos que choram.
Ilumina a palavra. Deixa que ela te mostre a compreensão e o amor onde passes, sem olvidar o esclarecimento e sem prejudicar a harmonia. O Cristo edificou o Evangelho, por luz inapagável, nas sombras do mundo, não somente agindo, mas conversando também”. (Emmanuel. Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 26)
O Espírito Emmanuel, em “O ‘não’ e a luta”, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, traz mais luz para o seu entendimento:
“O ‘sim’ pode ser muito agradável em todas as situações, todavia, o ‘não’, em determinados setores da luta humana, é mais construtivo.
Satisfazer a todas as requisições do caminho é perder tempo e, por vezes, a própria vida.
Tanto quanto o ‘sim’ deve ser pronunciado sem incenso bajulatório, o ‘não’ deve ser dito sem aspereza.
Muita vez, é preciso contrariar para que o auxílio legítimo se não perca; urge reconhecer, porém, que a negativa salutar jamais perturba. O que dilacera é o tom contundente no qual é vazada.
As maneiras, na maior parte das ocasiões, dizem mais que as palavras.
‘Seja o vosso falar: sim, sim; não, não’, recomenda o Evangelho. Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de mel ou de fel. Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor não só pelo que faz, mas também pelo que deixa de fazer”. (Emmanuel. Pão Nosso. FEB Editora. Cap. 80)
Em “Verbo e atitude”, o Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, recomenda:
“Há luz na lâmpada disciplinada que auxilia e constrói e há luz no fogo descontrolado que incendeia e consome.
Identifica o mensageiro, encarnado ou desencarnado, pela mensagem que te dê, mas, se é justo lhe afiras a cultura, é imprescindível anotes a orientação que está dentro dela.
O navio pode ser muito importante, mas é preciso ver o rumo para o qual se encaminha o leme.
Se o verbo apresenta, a atitude dirige.
É por isso que Jesus nos advertiu: ‘Seja o vosso falar sim, sim; e não, não’.” (Emmanuel. Seara dos médiuns. FEB Editora. Cap. Verbo e atitude)
Por fim, destaco, mais uma vez, a frase síntese de Emmanuel: “Há luz na lâmpada disciplinada que auxilia e constrói e há luz no fogo descontrolado que incendeia e consome”.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); Saulo Cesar Ribeiro da Silva (Coordenação). O Evangelho por Emmanuel: comentários ao evangelho segundo Mateus. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.