O livro “Perturbações espirituais”, do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na psicografia de Divaldo Pereira Franco, apresenta-se de suma importância para o momento atual de regeneração da Humanidade, principalmente diante dos inúmeros alertas nele contido para os trabalhadores espíritas.
Para melhor entender o seu contexto, necessário remontar alguns acontecimentos ocorridos no mundo espiritual antes mesmo que o Cristo nascesse, pois, para a sua descida à Terra, foi necessário que engenheiros siderais limpassem a atmosfera do planeta, a fim de que os atentados contra a Boa Nova do reino de Deus não viessem a gerar alterações.
O Espírito Miramez, no livro “Francisco de Assis”, no Capítulo 2 “Uma Cidade Diferente”, informa detalhes que nos auxiliam a compreender a ação de Espíritos inferiores desde a vinda do Senhor até a época das cruzadas e da inquisição, e aos dias atuais.
Miramez narra: “Uma falange de Anjos assomou à Terra, tirando dela dois bilhões de Espíritos inferiores, cuja animalização atingia até as raias do impossível. (…) As cruzadas e depois a Inquisição, foram instituídas no planeta por esses espíritos. (…) Relativamente a esses expatriados, os perseguidores da época do Mestre eram bem mais brandos, pois conheciam o motivo de sua estadia ali, e alimentavam o ódio e o prazer da vingança. Quando pudessem sair da prisão milenar, a ideia era voltar à Terra e incendiá-la – tinham exércitos bem adestrados, esperando o dia de transformá-los em cinzas. (…) Os habitantes de A Cruzada esperavam, no passar dos séculos, o cumprimento da profecia de que, após mil anos, seriam soltos”.
Mais adiante, Miramez esclarece: “Depois das Cruzadas, explodiu a Inquisição, plano dos mesmos Espíritos já melhorados. Se alguém se sente mal quando passa a saber de alguns acontecimentos ocorridos nas masmorras das casas inquisitoriais, sofreria mais se soubesse alguns detalhes dos acontecimentos das Cruzadas, oito investidas envernizadas no puro ódio e na vingança. Sob o pretexto de preservar o túmulo do Cristo, invadiam e conquistavam, provocando carnificinas. Sob a justificativa de que Deus ordenava e de que o Cristo surgia os incentivando às lutas de conquista, os fanáticos egressos da grande cidade negra reuniam-se em exércitos. (…) Francisco de Assis desceu à Terra em meio de enorme e terrível carnificina. A Idade Média fazia do mundo um palco nefando de ódio e de vingança. Depois de mil anos de cristianismo, foram abertas as portas das trevas, e ela foi tumultuada pelos agentes das sombras; contudo, Deus, em Sua divina programação, não esquecera das devidas proteções”.
Para a atualidade, Miramez comenta: “Do início das Cruzadas até a Santa Inquisição, desta à escravidão, e até os nossos dias, são igualmente mil anos em que Satanás há de ficar solto, numa refrega de que fazem parte bilhões de Espíritos. E dessa jornada extravagante, quantos entenderam que o melhor caminho é o do Amor? Muitos, no entanto, milhares deles, ou talvez a maior parte, terão que desocupar a casa como inquilinos que não pagaram o aluguel. Serão despejados para casas piores; como negociantes que não recolheram tributo ao governo, terão seladas as suas portas. (…)
E no raiar do terceiro milênio, os arrependidos ficarão para herdar a Terra, onde vai haver paz, tranquilidade e trabalho suavemente feliz. Aqueles a quem as bênçãos da evolução garantirem a posse do solo da Terra, pagarão ceitil por ceitil o fogo que acenderam e os distúrbios que causaram; todavia, a paz íntima conquistada pelos reveses da vida, tributar-lhes-á forças, no afã de resistirem a todos os tipos de problemas, com ânimo e alegria, por estarem conscientizados do dever maior: amar a seus semelhantes em todas as direções da existência. (…)
A hora é de começar, na distribuição do Bem em todos os caminhos, do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul, e do Leste ao Oeste. A vida se encarregará de distribuir luzes nos pontos cardeais da coletividade humana, quando essa ficar livre da eira pegajosa que as almas compraram nas lides da ignorância. E, então, surgirão novas Terras e novos Céus, onde haverá justiça e paz, tendo o Amor como base da felicidade. (…)
Francisco de Assis e os seus colaboradores trabalham ativamente nos céus do Brasil, para que este cumpra o seu dever. Recorda o que o Mestre disse a João no Seu apostolado: importa que você fique até que eu volte. O Cristo voltará para liberar as consciências ativamente preparadas para herdar o reino da Terra e viverem na plenitude do Amor”. (MIRAMEZ, Francisco de Assis, da pg. 46 a pg. 63)
Esse contexto auxilia a entender algumas colocações reflexivas.
No preâmbulo, o Espírito Manoel Philomeno de Miranda faz um resumo do conteúdo do seu livro “Perturbações espirituais”:
“Este livro é um breve relato em torno do intercâmbio entre as duas esferas da vida, especialmente cuidando das perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que se permitem os Espíritos infelizes, na sua luta inglória contra o Mestre Jesus e Sua doutrina.
De alguma forma, faz parte da série que iniciamos com o Transição planetária e o Amanhecer de uma era nova, abordando os desafios modernos em forma de obsessões coletivas e individuais, especialmente nas Sociedades Espíritas sérias dedicadas à renovação da sociedade, bem como nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade das criaturas.
Jesus vela pela barca terrestre e condu-la com segurança ao porto de abrigo, sendo infrutuosas todas as tentativas de dificultar-Lhe o ministério de amor e de misericórdia.
Desejamos com a presente obra alertar os companheiros inadvertidos ou descuidados dos deveres espirituais assumidos antes do renascimento carnal, quanto às suas responsabilidades morais na condição de trabalhadores da última hora, comprometidos com os benfeitores da Humanidade que neles confiam”. (Manoel Philomeno de Miranda. Perturbações Espirituais.)
Manoel Philomeno de Miranda começa sua narrativa informando sobre a vinda de uma mensageira de Estância Superior, acompanhada por grupo de Espíritos iluminados, para se comunicar com os convidados a uma reunião mediúnica acerca do programa de socorrer algumas instituições espíritas terrenas seriamente sitiadas por tenebrosas organizações do mal.
A venerável visitante, na época de Francisco de Assis, sacrificara-se na Ordem das Clarissas com total entrega aos ensinos e exemplos de Jesus por meio da caridade, da pobreza e da humildade. Ela conta a respeito dos ataques às comunidades cristã-espírita nesse momento de transição planetária, esclarecendo:
“O amor a Jesus em todas as épocas da Humanidade sempre tem provocado a ira dos adversários da Verdade que O temem, investindo com ferocidade contra os seus vexilários, na ilusão de que, ao destruírem os seus corpos, aniquilam os seus ideais libertadores.
Não ignoramos que as forças do Mal, ensandecidas e furiosas, ante o crescimento dos adeptos do Consolador, que vem recuperar os Espíritos enfermos, desertores e extraviados, a fim de trazê-los de volta ao Cordeiro de Deus, sentem-se ameaçadas e, após reorganizações bem urdidas, atacam-nos com inclemência, tanto de forma sutil como em enfrentamentos dolorosos.
Utilizando-se da debilidade de muitos conversos que não amadureceram psicologicamente nos estudos sérios do Espiritismo, deles se utilizam como insatisfeitos e agressivos, perturbadores das hostes doutrinárias, de modo a criarem situações embaraçosas, de difícil solução pelos arrastamentos de outros invigilantes que a ação maléfica proporciona”. (Manoel Philomeno de Miranda. Perturbações Espirituais.)
Assim, as ações desses Espíritos perturbadores do passado têm ocorrido em vários núcleos espíritas, causando desarmonia, conflitos entres seus trabalhadores, estimulando disputas administrativas e desvios de rumo nas atividades fraternas.
“Para contê-los, amorosos benfeitores da Humanidade vestem-se de matéria a fim de os socorrer e os amar. Entre esses, a comunidade franciscana, que revolucionou o fim do século XII e o começo do XIII, está renascendo para repetir a incomparável tarefa de reconstruir a igreja do amor, conforme Jesus havia solicitado a São Francisco, em São Damiano…” (Manoel Philomeno de Miranda. Perturbações Espirituais.)
Pelas revelações do livro, inescrupulosa coletividade de Espíritos do mal tem agido ardilosamente, explorando as vulnerabilidades e fragilidades de muitos trabalhadores da última hora invigilantes, minando as suas condutas. Inclusive atrevem-se a dar nova interpretação às obras da Codificação, que alguns simpatizantes acreditam como “verdade” e procuram difundir.
Diante dessa situação, vozes do mundo espiritual conclamam os trabalhadores do bem à vigilância e à oração, como forma de se neutralizar essas incursões do mal.
Legiões de Espíritos obreiros vêm em socorro e “Em várias comunidades da Terra instalam-se grupos de auxílio e servidores especializados nesse mister são destacados para o enfrentamento que já vem ocorrendo” (Manoel Philomeno de Miranda. Perturbações Espirituais.).
O livro “Perturbações Espirituais”, em diversos capítulos, descreve ataques a núcleos espíritas e a seus servidores, conduzindo-nos para reflexões de vigilância, autocrítica, autoconhecimento, reforma íntima e de rever as nossas condutas ética e moral para não cair em tentações que produzem severas quedas, porquanto Jesus disse: “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lucas, 12: 48).
As forças do mal de outras eras, verdadeiros anticristo, uniram-se em batalha com inimigos comuns. Na impossibilidade de atingir o Cristo, desenharam plano hábil para desviar os novos cristãos dos seus caminhos da verdade e da vida em direção a Pai.
Utilizando-se do vampirismo e da obsessão, procuram dominar a Terra como nas épocas tenebrosas das Cruzadas e da Inquisição.
Por tudo isso, recomendo fortemente a leitura do livro “Perturbações espirituais”, do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na psicografia de Divaldo Pereira Franco.
Bibliografia:
MIRANDA, Manoel Philomeno de (Espírito), na psicografia de Divaldo Pereira Franco. Perturbações espirituais. 1ª Edição. Salvador/BA: LEAL, 2020.
MIRAMEZ (Espírito); psicografia de João Nunes Maia. Francisco de Assis. 30ª Edição. Belo Horizonte/MG: Editora Espírita Fonte Viva, 2013.