Parábola dos convidados à ceia e a missão evangelizadora do Brasil

Essa reflexão é extraída do livro “Jesus de Nazaré: uma narrativa da vida e das parábolas”, de Frederico G. Kremer, da FEB, que interpreta “A Parábola dos convidados à ceia”, no Capítulo 23, cujo fecho relaciona a passagem evangélica com a missão evangelizadora do Brasil.

Do Evangelho de Lucas:

“Ao ouvir tais coisas, disse-lhe um dos comensais: Feliz de quem comer pão no Reino dos Céus! Ele, porém, disse-lhe: Certo homem deu um grande banquete, para o qual tinha convidado muitos. Na hora do banquete, mandou seu servo dizer aos convidados: Vinde, que tudo está preparado. E todos, a uma, começaram a desculpar-se. O primeiro disse-lhe: Comprei um campo e devo sair para vê-lo; por favor considere-me desculpado. O outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los; por favor, considere-me desculpado. Mais outro lhe disse: Casei-me, e por isso não posso ir. De volta, o servo relatou tudo isso ao patrão. Indignado, disse então o pai de família ao servo: Sai já para as praças e esquinas da cidade e introduze aqui os pobres e doentes, cegos e aleijados. E o servo disse: Senhor, foi feito como mandaste, e ainda há lugar. Disse o patrão ao servo: Sai para que a minha casa fique repleta. Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados há de provar do meu banquete”. (Lucas, 14: 15-24)

Numa primeira interpretação, Frederico G. Kremer destacou alguns aspectos importantes, tais como: a confiança que devemos ter diante do chamamento para a ceia do Senhor, pois tudo está preparado; os primeiros convidados recusaram a ceia, pois haviam valorizado outras atividades e não podiam perder tempo com aquele convite; e, por fim, os portões foram abertos a todos que queriam participar do banquete.

Em seguida, Frederico G. Kremer ressalta que, para a edificação do Reino de Deus dentro de nós, somos chamados a realizar diversas tarefas, mas, em nossas existências, outros interesses e preocupações surgem, desviando-nos do caminho, motivando inúmeras desculpas e pretextos para não realizar as verdadeiras tarefas. Porém, pelo planejamento no mundo espiritual, as tarefas devem ser executadas. Diante das recusas, outros farão.

Muitos os chamados, poucos os escolhidos. Deus sempre está nos chamando para o seu reino, batendo à porta, mas a cegueira, a surdez, o orgulho, o egoísmo e as escolhas decorrentes do nosso livre-arbítrio funcionam como barreiras para as coisas divinas.

Frederico G. Kremer comenta, ainda, que devemos considerar que somos sempre instrumentos do Pai e quando não abraçamos a missão, outros realizarão o trabalho a ser executado. A mesma coisa acontece com os povos, comentando:

“As nações também são chamadas a desempenhar papéis e missões importantes, liderando as outras. Citamos como exemplo o próprio povo hebreu, os romanos, os franceses e os americanos. Para os brasileiros, cabe a honrada missão de evangelização, pois, como os Espíritos afirmam, o Brasil é a pátria do Evangelho. Entretanto, a exemplo das demais nações que não completaram totalmente suas missões, precisamos lutar para vencer, e o Espiritismo, cuja árvore foi transplantada da França para o Brasil, terá importância fundamental”.

Pelas reflexões de Frederico G. Kremer, se não abraçarmos coletivamente as nossas missões edificantes planejadas no mundo espiritual, o projeto “Brasil, coração do mundo, Pátria do Evangelho” poderá ser destinado a outra nação.

Vivemos momento de transição planetária, do mundo de provas e expiações para mundo regenerado, onde reinará a fraternidade universal, em que o velho será substituído pela alvorada de luz dos novos tempos.

A Humanidade passará da Era da Matéria, na qual predominam os sentimentos inferiorizados, para a Era do Espírito, pelo renascimento do ser mais perfeito e formoso.

A Era do Espírito nasce para os próximos milênios, com a presença do Cristo em nossos corações, onde se assentará o templo divino, e poderemos dizer: “já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim”.

O Divino Semeador sempre lança a sua semente esperando que sejamos solos férteis. Ele sempre está falando ao nosso coração, em silêncio. Cada um de nós terá de construir a própria edificação da sua futura morada. A fé inoperante, sem obras, é nada!

A transição da Era da Matéria para a Era do Espírito tem de começar no mundo interior de cada criatura.

Comecemos pela reforma íntima, dando novo rumo à vida pela renovação que liberta, substituindo sentimentos inferiores pelos mais elevados. Devemos modificar os velhos hábitos que cristalizam o coração, abandonando-os por não satisfazerem a paz interior.

O momento de transição pede maior espiritualização, substituindo as velhas fórmulas da ignorância, da opressão política ou religiosa, moral ou econômica, pelas elevadas noções de fraternidade do Cristianismo.

Quando nos moralizarmos e tornarmos realmente altruístas, nos converteremos em fontes luminosas, ligando o Céu e a Terra. Se desejamos sublimar as nossas faculdades mediúnicas, temos que nos educar, transformando o coração em um altar de fraternidade.

A Era do Espírito pede a conquista de nós mesmos, luta incessante, trabalho e responsabilidades. É o futuro acenando-nos com as suas mãos de luz para a realização das obras celestiais.

O trabalhador da última hora é o indivíduo que realiza todas as tarefas que lhe cabem no mundo, com dedicação, sacrifício e amor.

Trabalhadores da última hora, que juntos, com perseverança e vigilância, possamos construir o “Brasil, coração do mundo, Pátria do Evangelho”.

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

KREMER, Frederico Guilherme da Costa. Jesus de Nazaré: uma narrativa da vida e das parábolas. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.

MIRANDA, Manoel Philomeno de (Espírito); psicografado por Divaldo Pereira Franco. Transição Planetária. 5ª Edição. Salvador/BA: Editora Leal, 2017.

PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 27ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.

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