Garimpo de amor por Joanna de Ângelis

O Espírito Joanna de Ângelis, no livro Garimpo de amor, na psicografia de Divaldo Pereira Franco, discorre sobre o amor em diferentes manifestações, nuances, dimensões, atributos e alcances, por meio de uma narrativa esclarecedora para se compreender os benefícios desse sentimento que irradia energia criadora, transformadora, renovadora e regeneradora no Universo.

O título serve de mote para o propósito do livro, em que o tema se desenvolve como garimpo de amor, em ação de explorar, localizar, identificar, trabalhar e burilar esse atributo de origem divina para obter os verdadeiros valores desse tesouro e os benefícios de suas riquezas na busca da paz de Espírito, da evolução moral e espiritual e da felicidade duradoura em direção ao Pai, no caminho da perfeição a que todos somos destinados.

Não se pretende, nessa reflexão, resumir o livro, porque ele não retrataria fielmente a essência dos valores espirituais de seu conteúdo, mas sim extrair aspectos que chamaram a atenção para compartilhar seus ensinamentos esclarecedores.

Joanna de Ângelis expressa que: “O amor é um garimpo de diamantes estelares que deve ser explorado (p. 11); O amor é um diamante que, para poder brilhar, necessita ser arrancado da ganga que o envolve no seu estágio primário (p. 13); O amor é um tesouro que mais se multiplica, à medida que se reparte, jamais desaparecendo, porque a sua força reside na sua própria constituição, que é de origem divina (p. 16); Um coração aberto ao amor torna-se afável e possuidor de tesouros inigualáveis de alegria e de bem-estar, que proporcionam interesse e despertam atenção nos outros, que o buscam sedentos de ternura, ansiosos por paz (p. 56).”

No livro, o amor é garimpado, identificado e trabalhado com aprendizados para impulsionar o progresso dos seres humanos em suas jornadas existenciais.

Por definição, o amor é sentimento afetivo de devoção, carinho, adoração, paixão, apego, desejo, prazer, ligação ou atração a alguém ou algo.

Joanna de Ângelis ressalta que:

“O amor não é uma atitude que se assume, a fim de demonstrar-lhe a presença. É um estado de espírito que se expande e domina, proporcionando paz e alegria de viver, resultado de uma perfeita consonância entre o sentimento e a razão. O sentimento dulcifica-se e a razão ilumina-se quando se ama, sem que haja paixão, dependência, submissão, receio de perda ou tampouco exigência, retribuição, comparação do que se dá e de como é utilizado, do sacrifício que isso significa.” (p. 109)

“O amor é um estado natural na conduta, porque se irradia generoso, abarcando e preenchendo todo o espaço que defronta.” (p. 99)

O amor é estado de espírito e de conduta em consonância com o sentimento e a razão, que domina o ser e se expande, irradiando paz e alegria de viver, dulcificando, iluminando e preenchendo os espaços que defronta, sem que haja paixão, dependência, submissão, receio de perda e tampouco exigência, retribuição e comparação.

Deus é amor

Para a Doutrina Espírita, Deus é inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Deus é amor; e tudo no Universo foi criado pelo seu fluido cósmico universal.

João na Primeira Epístola (4: 7-8) disse: “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é amor.”

É pelo amor que o ser humano se sente ligado ao poder divino, foco ardente de toda a vida e de todo o amor.

Amor é vida

Amar é lei da Natureza e o amor é atributo inseparável da vida, pois todos os seres vivos amam e têm necessidade de serem amados.

Joanna de Ângelis ensina que: “…, o amor é vida que gera e impulsiona outras vidas, a fim de que alcancem as metas que lhes estão destinadas e podem ser conseguidas se houver empenho e dedicação sob a sua invulgar inspiração”. (p. 73)

O amor faz parte da vida, impulsionando a própria vida e das outras pessoas no caminho a que são destinadas. Para tanto, devemos trabalhar, empreendendo esforço a serviço do amor.

A Benfeitora ressalta que, conforme se habitua ao amor, nunca mais viveremos sem ele no coração, pois: “O amor converte os sentimentos humanos e sublima-os, tornando-os santificados e libertadores” (p. 10); e “Quanto mais amor se dá, mais amor se possui para doar, porque é de natureza inesgotável” (p. 73).

Localização do amor

Joanna de Ângelis localiza a sede do amor no interior de todos os seres pensantes, no coração, enfatizando que muitos o desconhecem, esperando o momento de ser identificado e exteriorizado, quando fatores estimulantes permitem realizar o mister para o qual se destina.

O amor nasce do coração para a vida, expandindo-se na razão direta em que conquista espaço interno, sempre mais expressivo e irradiante.

Joanna explica: “À medida que se instala no coração, modifica para melhor o comportamento da pessoa, enseja claridade emocional na sombra dos conflitos, dá cor e encanto à paisagem dos sentimentos, mesmo quando ainda dominados pelas torpezas e pela treva da ignorância, auxiliando na inevitável transformação para ter condições de receber as sementes da verdade e do conhecimento”. (p. 74 e 75)

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo XI, em Instruções dos Espíritos, a lei de amor, Fénelon expressou: O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.”

Infinitas formas do amor

Joanna de Ângelis disse que: “O amor apresenta-se em variados matizes, que são resultados das diversas facetas da mesma gema, refletindo a luz em tonalidades especiais, conforme o ângulo de sua captação.” (p. 15)

O amor se reveste de infinitas formas, desde as mais vulgares até para as mais sublimes, podendo variar em intensidade e mudar no tempo, proporcionando à alma, em suas manifestações mais elevadas e puras, a intensidade de radiação que aquece e vivifica tudo em volta de si.

O despertar do amor

Para despertar o amor adormecido no interior, Joanna de Ângelis ensina:

“O amor espera pacientemente no leito do rio existencial humano até o momento em que seja descoberto, passando pelo período de desbaste da ganga externa, a fim de que a sua luminescência esplenda em toda a sua glória estelar.

Não surge completo, acabado. Necessita ser trabalhado, aprimorado, bem orientado.

Quanto mais é aplicado, mais se aformoseia, e quanto mais é repartido, mais se multiplica em poder, valor e significado.

É o grande desafio para a existência humana, para a conquista do Espírito imortal.” (p. 10 a 11)

“Compreendendo a finalidade da existência terrena, a pessoa desperta para o amor a si mesma, trabalha sem desespero, confia sem inquietação, serve sem humilhação, produz sem servilismo e avança sem tensões perturbadoras no rumo dos objetivos essenciais da vida.

O amor a si mesmo contribui para a valorização das conquistas logradas e torna-se estímulo para novos tentames com vistas à realização de uma existência plena.” (p. 20)

“Para amar é necessário começar. Ninguém será surpreendido pela pujança do amor total, antes de havê-lo iniciado em pequenas experiências e vivências do cotidiano. Às vezes, por meio de uma insignificante manifestação de ternura, um gesto de desculpa, uma ação de misericórdia ou uma formulação de beneficência.

O amor autovitaliza-se, nutrindo-se da própria energia que esparze.” (p. 39)

“O amor não surge concluído, em condições de esparzir suas vibrações em clima de plenitude. É resultado de esforço e conquista de que paulatinamente se enriquece, conseguindo estabelecer fronteiras nas paisagens íntimas do ser humano. É uma força irresistível que necessita ser bem canalizada a fim de produzir os resultados opimos a que se propõe.

Por isso, ninguém pode esperar que surja poderoso, de inopino, arrebatando, ao mesmo tempo felicitando.

Quando assim ocorre, trata-se de impulso inicial da sua manifestação, ainda arraigada aos desejos e aspirações pessoais, que anelam pela permuta de interesses imediatistas, longe do significado real que o deve caracterizar.

É um empreendimento emocional-espiritual muito específico, que exige o combustível da ternura e da afabilidade, para poder compreender e desculpar toda vez quando convidado a envolver as pessoas com as quais se convive.” (p. 31)

O amor precisa ser despertado, momento em que ele vai se manifestando em amor a si mesmo, em longo processo de amadurecimento moral e espiritual, para crescer e florescer, até se tornar reluzente para a própria vida e irradiar para os semelhantes.

Ele não surge completo e acabado diante de suas infinitas formas, necessitando ser trabalhado, aprimorado e orientado, pois que, quanto mais praticado, mais se aformoseia, e quanto mais é repartido, mais se multiplica em poder, valor e significado.

A conquista do verdadeiro amor é o maior desafio existencial para o Espírito imortal em seu processo de progresso moral e espiritual.

Quanto mais o ser humano compreende a finalidade e o sentido existencial de sua vida, ele desperta para o amor e começa a vivê-lo intensamente sem nunca mais abandoná-lo, tendo sempre no seu interior esse divino sentimento de evolução universal.

O autoamor e o amor ao próximo

Joanna de Ângelis, em várias mensagens, esclarece a relação existente entre o amor a si mesmo, ou autoamor, e o amor ao próximo.

O amor a si mesmo é de suma importância para a prática do amor ao próximo, pois quem não se ama dificilmente conseguirá cultuar o amor fraternal universal.

Para amar o próximo, é preciso resolver as aflições internas que produzem desamor e abala a autoestima, pois a alma em conflito interno não enxergará as necessidades de seus semelhantes para a prática da caridade que salva.

Jesus disse: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus, 22: 39), indicando que o amor pelo próximo é expressão natural do amor divino em nossas vidas.

Joanna elucida a esse respeito:

“O amor que se deve oferecer ao próximo é consequência natural do amor que se reserva a si mesmo, sem cuja presença muito difícil será a realização plena do objetivo da afetividade.

Somente quando a pessoa se ama é que pode ampliar o sentimento nobre, distribuindo-o com aquelas que a cercam, bem como estendendo-o aos demais seres vivos e à mãe Natureza.

O amor a si mesmo deve ser desenvolvido através da meditação e da autoanálise, porque, ínsito no ser, necessita de estímulos para desdobrar-se, enriquecendo a vida.

Esse autoamor é constituído pelo respeito que cada qual se deve ofertar, trabalhando em favor dos valores éticos que lhe jazem latentes e merecem ser ampliados, de forma que se transformem em luzes libertadoras da ignorância e em paz de espírito que impregne as outras vidas.

Sem esse amor a si mesmo, a pessoa não dispõe de recursos para encorajar o seu próximo no empreendimento da autovalorização e do autocrescimento, detendo-se nas sensações mais grosseiras do imediatismo, longe dos estímulos dignificantes e libertadores.” (p. 19)

“Ninguém, que se disponha a amar sem resolver as inquietações internas, que lhe produzem desamor, que conspiram contra a autoestima, conseguirá o desiderato.” (p. 20)

“Ao começar a amar-se, descobre que são as pequenas coisas, aquelas aparentemente sem grande importância, que constituem significados alentadores.” (p. 21)

“Desejando-se amor, é imprescindível amar, não com o caráter retributivo, mas com objetivo enriquecedor e feliz.” (p. 74)

“O autoamor é a maneira mais promissora de ampliar-se a capacidade do afeto, direcionando-o para outras formas de vida, para outras pessoas.” (p. 121)

“Trata-se da experiência do autoamor, fundamental para o amor ao próximo. Ninguém há que, em aflição, tenha tempo mental e emocional para amar quem se encontre distante e sem apresentar aparentemente necessidade de ser amado.” (p. 98 e 99)

Paixão e paixão-amor

Joanna de Ângelis faz distinção entre paixão e paixão-amor, destacando que a paixão, quando filha do amor, de natureza transcendental, em alto grau de profundidade, conduz para envolvimentos afetivos saudáveis em ações evolutivas fraternas e sagradas na prática do bem, mediante uma existência de renúncia a si mesmo, formoseando o próprio amor e de seus semelhantes.

Paixão é sentimento intenso de atração por alguém ou algo, caracterizado pelo estado emocional eufórico ou ansioso, geralmente transitório.

A Benfeitora explica que, nas primeiras experiências do amor, a imaturidade do processo afetivo conduz à paixão.

A paixão por alguém ou objeto, quase sem lucidez, torna-se uma necessidade, sem a qual a vida perde o sentido, fixando-se como única ideia em torno do que se deseja, transformando a existência em um tormento até conseguir satisfazê-lo.

Contudo, da mesma forma que a paixão surge, ela desaparece até se apagar.

Joanna de Ângelis expõe que a paixão cega tira o raciocínio em torno da realidade, conduzindo à perda do senso crítico da dimensão dessa conduta.

Quando cessa a paixão, diante da realidade, verifica-se a inutilidade e a ilusão de que se revestia, apresentando lembranças amargas, quando não desesperadoras.

A paixão, quase sempre, resulta de desajustes, desejos não atendidos, de ambições do ego não equilibrado e de competições inconscientes em vãs tentativas de afirmação da personalidade.

Diferentemente da paixão cega, Joanna de Ângelis apresenta a paixão filha do amor, denominada de paixão-amor, que pode parecer irracional pela dimensão de suas emoções, mas que, em alguns casos: “é porta de acesso para a futura instalação do amor, porque o sentimento arrebenta as reservas emocionais, desamarra as inibições constrangedoras, e quando acalmada a explosão dos desejos, propicia o surgimento de dúlcidas vibrações do bem-querer, do participar de outras vidas, do prolongar-se na direção de outrem, de envolvimentos afetivos que resultam saudáveis.” (p. 158)

Joanna informa que: “Santo Agostinho teve ensejo de enunciar que era apaixonado pelo amor, significando que se lhe houvera doado integralmente, por nele haver encontrado o alimento de que necessitava a sua existência, que passou a circunscrever-se em torno da realização do objetivo de autoiluminação a que se entregou.” (p. 158 e 159)

Foi por essa paixão que ele serviu em favor da Humanidade, tornando-o iluminado, em razão do autoconhecimento a que se entregou em benefício de todas as criaturas.

Santo Agostinho havia “antes experienciado as paixões devoradoras, que o fizeram arder sem realizar-se, o que não sucedeu com o amor sem posse, ao qual ofereceu o restante da sua existência.” (p. 159)

Joanna comenta ser comum encontrar a paixão-amor naqueles que se doam para construir novas realidades de beleza e santificação na Humanidade, pois ela resulta do grau de profundidade tão expressivo, arrebatado pelas emoções, que conduz a alcançar a meta ambicionada, que somente um grande esforço facultaria.

Esse tipo de amor tem por fim tornar melhores os indivíduos e mais feliz a sociedade, esquecendo-se de si mesmo, por conhecer o que dispõe ante a relatividade do tempo que está ao alcance.

A paixão-amor também oferece, e prossegue ensejando, os mais belos contributos de Arte, de Poesia, de Literatura, de Ciência, de Tecnologia, de santificação ao mundo.

A paixão-amor, diferentemente da paixão cega, inflama a alma para ações amorosas sagradas de autoamor e de serviço da caridade junto aos semelhantes mediante renúncias que purificam o Espírito.

Joanna de Ângelis elucida, ainda, sobre o amor-paixão do Cristo pela Humanidade pelo qual a amou incondicionalmente, invertendo a ordem dessas palavras:

“Os cristãos, evocando Jesus durante a Semana do testemunho, têm afirmado através dos evos que aqueles foram os dias da Sua paixão, do Seu sofrimento, no que têm alguma razão. No entanto, em uma análise mais cuidadosa, pode-se afirmar que a paixão do Amorável Benfeitor não ficou restrita àqueles dias, mas sim que se alonga na direção das criaturas de todos os tempos, algumas ingratas, outras indiferentes, mais outras incapazes de O entenderem em totalidade, mas que Lhe constituem a família que d’Ele necessita e ainda não reconhecem essa realidade.

Por amor-paixão Ele deu a vida, e prossegue, infatigável e confiante como naquela ocasião, ensinando, ajudando e aguardando…” (p. 161)

O amor cura a alma

Joanna de Ângelis afirma que o amor é alimento do Espírito, irradiando magnetismo universal, cujas ondas geradas pelo cérebro invadem o sistema nervoso central, percorrendo o endocrínico e saturando de energias saudáveis o imunológico.

“A sucessão de energias, que são exteriorizadas pelos neurônios, produz uma corrente de vigor e de bem-estar que revitaliza os órgãos enfermos, combate a vida microbiana destrutiva, restaura o equilíbrio vibratório que deve viger entre as células como unidades de consciência, como partes integrantes da consciência global.

As ondas contínuas de vibração mental captadas por todo o organismo transformam-se em vitalidade que reorganiza o aparelho fisiológico, auxiliando-o nas diversas funções, ao tempo em que se esparzem pelo universo emocional e psíquico do ser humano propiciando-lhe saúde.” (p. 110 e 111)

“O amor é o grande medicamento das almas, que as cura com eficiência. Não apenas auxilia a quem se dirige, mas principalmente àquele que o cultiva.” (p. 110) Isso porque, quem recebe amor sente-se motivado a renovar-se, a crescer espiritualmente, a transformar-se para melhor.

Em razão do amor, os fenômenos cármicos alteram-se, especialmente quando negativos, ensejando a diminuição dos processos de resgate doloroso, porque o amor é sublime mensagem de vida, que verte de Deus e se espalha por todo o Cosmo.”  (p. 110 a 111)

“O amor é qual medicamento precioso e oportuno que deve ser experienciado, a fim de curar-se a enfermidade da solidão, o desalinho da emoção, o transtorno dos sentimentos, os vícios ancestrais. Cada um deverá usá-lo, a fim de poder colher os resultados que espera. Essa operação é individual e intransferível. (…)

Somente o amor cicatriza as feridas da alma, recompõe a harmonia dos sentimentos, encoraja para o prosseguimento da luta, oferece vida e fervor.

Direciona a fé e dinamiza a esperança.

O coração que ama nunca envelhece, nem sucumbe ao peso de ingratidão alguma, porque está sempre sereno, na alegria, na tristeza, na felicidade, na dor, na conquista ou na perda, sem mudar de rumo emocional.” (p. 177 e 179)

Amor com meio de evolução moral e espiritual

Joanna de Ângelis diz que se pode medir o grau de espiritualidade de um indivíduo pela sua capacidade de amar, pois o amor é o mais prodigioso fomentador do progresso moral, do qual decorrem todas as demais formas de desenvolvimento.

O amor muda quem ama e altera para melhor o mundo em que se vive, sendo instrumento para que a sociedade se encontre em patamar avançado de natureza moral.

“Quando alguém ama, o mundo começa a transformar-se. Basta que esse sentimento seja direcionado, indiscriminada ou especificamente, em favor de alguém e logo ocorre uma real mudança na psicosfera do indivíduo, que se irradia em toda as direções, modificando a estrutura perturbadora e desconfiada que por acaso exista à sua volta.” (p. 34)

O progresso sem amor é sem Deus, porque falta o alicerce seguro do equilíbrio e da libertação das vidas dos seus atavismos primitivos, que as escravizam no primarismo de onde procedem. O amor é a presença de Deus na psicosfera do planeta terrestre.

A força do amor

Joanna expressa que o amor tudo pode e tudo vence, pois onde se apresenta, os espectros do ódio, do ciúme, da cizânia, da maledicência, da perversidade, da traição, do orgulho se diluem, cedendo espaço para a fraternidade, a confiança irrestrita, a união, a estimulação, a bondade, a fidelidade e a simplicidade de coração.

O amor liberta do egoísmo, transformando-se em compaixão, solidariedade e compreensão.

“Quando o ser está preenchido pelo amor, nada de mau o atinge, perturbação alguma o desequilibra, porque não há espaço vazio para a desdita nem para o aborrecimento.” (p. 37)

O amor é fundamental para a felicidade humana, sem o qual a vida perde o sentido e significado de que se reveste.

“Desejando-se um mundo sem angústias sem problemas sociais, livre das misérias econômicas e guerreiras, apele-se para o amor, que possui os recursos hábeis para a conciliação, o perdão, a transformação moral dos indivíduos, fomentando o progresso e dirigindo-o no rumo da harmonia geral.” (p. 73)

Amar não é fragilidade

Joanna de Ângelis destaca que há equívoco em pensar “que o amor torna a pessoa fragilizada, dependente, sujeita a ser enganada, em razão da confiança que deposita em outras criaturas que não são dignas sequer de respeito, menos de consideração.” (p. 43)

Esse argumento atende aos: “que sofrem de conflitos e de insegurança, encontrando motivo para evadir-se da prática do sentimento elevado.” (p. 43)

Ao contrário: “O amor fortalece sempre aquele que o cultiva, porque o vitaliza, e quando se direciona a alguém, de maneira nenhuma torna-o submisso a esse afeto. Dá-lhe, ao inverso, uma visão correta dos valores que exornam o caráter do outro, sem que isso lhe diminua o sentimento que vigora em forma de estímulo e socorro, nunca para usufruir e beneficiar-se.” (p. 43)

Joanna diz que muitos não entendem o sublime fenômeno do amor, que geram desconfiança, procurando enganar e explorar, mas o amor não se equivoca quando é verdadeiro, tendo suas raízes nos objetivos elevados da fraternidade universal.

É óbvio que se percebe as deficiências morais a quem se dirige, contudo, o amor não se submete aos seus caprichos, porque ele é imbatível onde quer que se apresente.

A pessoa que ama lucidamente, consciente do significado da vida e dos objetivos que deve perseguir, não é ingênua para ser enganada e dominada, pois ela é investida de sentimentos relevantes para que alcance as esferas da imortalidade vitoriosa.

Amor e Jesus

No final do livro, Joanna dedica reflexões sobre amor e Jesus, que são termos da mesma realidade, porquanto o Cristo revolucionou o pensamento humano com a lei maior do amor, estabelecendo novas bases para a evolução moral e espiritual, sendo um marco da Humanidade.

Além disso, o Mestre jamais escolheu a quem direcionar o seu amor; e, mesmo não amado, continuou amando e prossegue amando, cumprindo a sua promessa de sempre estar ao nosso lado.

Comentários finais

Joanna de Ângelis, no livro Garimpo de amor, explorou o amor com sabedoria, sublime esclarecimento e imprescindíveis ensinamentos para se compreender sobre a necessidade de amar a si mesmo e o próximo para a conquista de valores e atributos para impulsionar a nossa evolução moral e espiritual.

Jesus resumiu todo o seu ensino na lei maior do amor para a conquista do reino de Deus dentro de nós. E o amor a Deus não pode se dar sem o amor ao próximo em toda a sua plenitude.

Amar na plenitude é ver em qualquer pessoa um filho de Deus; um irmão em processo de evolução, sujeito a enganos, erros e omissões, mas, que será perfeito um dia.

Por isso, Joanna de Ângelis disse: “Ama, portanto, a cada criatura, especialmente aquelas que não são dignas de amor, como filhos doentes que estão no seio da Humanidade esperando a tua doação, a fim de crescerem e de se libertarem das imperfeições morais em que se firmam. Amando sempre, alcançarás o objetivo existencial e terás resistência para todos os embates que a vida sempre reserva.” (p. 47)

Autor: Juan Carlos Orozco


Bibliografia:

ÂNGELIS, Joanna de (Espírito), (psicografado por) Divaldo Pereira Franco. Garimpo de amor. 6ª Edição. Salvador/BA: LEAL, 2015.

KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

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