Ovelhas sem pastor

“Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino, curando todos os males e todas as enfermidades. E vendo todas aquelas gentes, teve piedade delas, pois estavam maltratadas e jaziam por ali como ovelhas que não têm pastor. Disse então aos discípulos: A seara é verdadeiramente grande, mas poucos os trabalhadores. (…) Rogai, pois, ao dono da seara que mande trabalhadores para ela”. (Mateus, 9: 35-38; 60)

Jesus atribui a si o termo “Pastor” no sentido de Governador da Humanidade terrestre. Tendo o Mestre como o nosso Pastor, submetemo-nos aos desígnios de Deus, aceitando a existência de aprendizado e serviço em favor da própria evolução na busca da perfeição relativa à Humanidade. Contudo, Jesus não deve ser confundido como guardador de ovelhas, ministro ou chefe de igreja, governantes da Terra e tampouco como Deus.

Por ovelhas, pode-se ter vários entendimentos: os animais sem defesa, vulneráveis, que não têm habilidades de luta e estão no fim da cadeia alimentar; os crentes, adeptos ou seguidores de uma religião ou do Cristianismo; e os Espírito bons, justos ou benevolentes.

Nesta passagem, Jesus em seu trajeto por cidades e aldeias, ensinando e pregando a Palavra, teve piedade daquelas criaturas que jaziam maltratadas, abandonadas, sem crença, sem fé, oprimidas, assemelhando-se às ovelhas sem pastor. Faltava a elas o “Pastor” para guiá-las com segurança e amor a caminho do processo ascensional. Então, o Mestre disse aos discípulos: “A seara é verdadeiramente grande, mas poucos os trabalhadores. (…) Rogai, pois, ao dono da seara que mande trabalhadores para ela”.

A seara é verdadeiramente grande porque a mensagem cristã não é uma crença universal, daí Jesus anunciar a conveniência de agregar ao seu rebanho outras ovelhas, as que ainda não aceitam ou desconhecem a sua mensagem de amor. As palavras do Cristo extrapolam as ligações sócio-político-econômicas. Indicam que acontecerá, no planeta regenerado, uma integração religiosa entre os diferentes povos que compõem a Humanidade. É um grande desafio, mas tal acontecimento ocorrerá, cedo ou tarde.

Os obreiros são poucos, mas se possuídos de boa vontade e unidos pelo sentimento de amor fraterno, do amor cristão, coloquemo-nos a pregar pela Palavra, sobretudo pelo exemplo, a moral que o Cristo pregou e exemplificou. Seja o Evangelho o sol donde se irradie a luz que nos clareie o caminho de obreiros da salvação da Humanidade.

Assim, “busquemos na disciplina, ante o Cristo de Deus, a nossa posição de servidores do bem, (…), na certeza de que humildemente conferir-nos-á sintonia com o divino Pastor, para que, sublimando e servindo, atinjamos com ele o aprisco celeste na imortalidade vitoriosa” (Emmanuel. Que ovelha somos?). E quando todos forem atingidos pela Palavra cristã, unidos por uma crença única, poderemos dizer: “haverá um rebanho e um Pastor” (João, 10: 14-16).

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

EMMANUEL (Espírito); Saulo Cesar Ribeiro da Silva (Coordenação). O Evangelho por Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João.  1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.

KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

MOURA, Marta Antunes de Oliveira de (Organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte II: orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.

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