Refletindo com Emmanuel: Ambiente doméstico

O Espírito Emmanuel em “Ambiente doméstico”, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro “Vida e sexo”, Capítulo 4, aborda aspectos do ambiente doméstico, onde nos encontramos na mesma família para o exercício de novas relações para assistências e reparações mútuas assumidas no planejamento reencarnatório, cujos laços espirituais oferecem oportunidades de aprendizado e evolução, principalmente para com os filhos.

No contexto familiar, muitos pais não se encontram preparados para a tarefa a desenvolver perante seus filhos.

Com o nascimento do filho, a criança começa sua caminhada com os primeiros pensamentos e as primeiras esperanças na construção do seu futuro.

Nessa trajetória, problemas desafiantes poderão ocorrer como reflexos de vidas passadas, débitos contraídos de natureza sentimental, distúrbios de afeição, ternura descontrolada, ódio manifesto, simpatia e aversão simultâneas, dentre outros.

Pais inexperientes perdem-se no trabalho a ser realizado, em especial na tarefa de educar os filhos no desenvolvimento de suas personalidades para a fase adulta.

Falhando na educação, pode-se estabelecer desequilíbrios e conflitos que não solucionam questões passadas, quando, não raro, agravando seus problemas.

Daí a importância do conhecimento dos objetivos da reencarnação e da família unida pelos laços espirituais para a prática do verdadeiro amor que transforma o lar em escola de vida para dissipar males e débitos.

Educar os filhos não é tarefa fácil, porquanto exige cuidado, atenção, respeito, carinho, afeto, correção, orientação, exemplo e amor, mas sobretudo porque eles necessitam de aprendizado edificante para formar seus caráteres e suas personalidades para a idade adulta.

As escolas instruem suas inteligências, mas dificilmente se encarregarão pela edificação da alma, enobrecendo os seus sentimentos morais.

Ninguém poderá substituir os pais na educação do coração.

Por conseguinte, é de suma importância a influência dos pais na educação dos filhos durante a infância para a construção de seus futuros, tornando-os em fontes de nobres sentimentos em suas relações sociais, sendo pessoas de bem.

Se os pais não ensinam, a sociedade se encarrega de educar e ensinar seus filhos.

Não podemos deixar os filhos entregues às circunstâncias da vida, pois temos deveres e responsabilidades para com esses pequeninos que Deus nos confiou.

Não se tem o propósito de ensinar como educar os filhos, mas apenas trazer algumas reflexões julgadas úteis que poderão auxiliar na tarefa tão nobre que o Criador Eterno encarregou a todos os pais.

O trabalho no lar tem finalidade educativa, de ocupação útil, na missão de estimular os filhos a adquirir conhecimentos, desenvolver habilidades e evidenciar virtudes edificantes que os capacitem no campo de atividades construtivas que proporcionem benefícios próprios e a seus semelhantes.

No lar, pode-se incentivar os filhos para algumas atividades, desde que estejam aptos, por mais simples que sejam, pois elas educam a mente para o desenvolvimento de qualidades nobres da personalidade.

Com esses estímulos, os filhos são motivados a serem solidários em pequenas tarefas dos afazeres domésticos.

Além de educar a alma, incutem neles os sensos de obediência, organização e cooperação. Eles precisam encontrar nos pais bons orientadores.

O espírito de cooperação conduz para o auxílio no esforço familiar, proporcionando a visualização da aceitação pacífica do servir com alegria, apesar dos obstáculos e das dificuldades. Desenvolve, ainda, os valores morais para o crescimento interior.

Educar os filhos nessa fase, facilitará as suas formações para a idade adulta. Deixando passar essa oportunidade, mais difícil será eles assimilarem as boas condutas em suas vidas no futuro.

Toda atividade educativa tem que ser espontânea, sem criar expectativas de recompensas, pois poderá conduzir a cooperar unicamente por interesse. Eles precisam compreender a importância de se realizar ocupações úteis voluntariamente.

Deve-se buscar equilíbrio e bom senso na escolha das tarefas domésticas, pois os filhos necessitam de tempo para estudar, brincar e se divertir. As crianças devem brincar, mas não tão somente brincar.

É preciso dosar fantasias e brincadeiras, transferindo parte dos divertimentos para o cumprimento de obrigações e tarefas. Nessa direção, eles começam a enxergar, progressivamente, as responsabilidades no ambiente familiar.

Criança entregue à inércia e ao lazer sem limites favorece o excesso de diversões sem proveito e o surgimento de vícios e delinquência.

Imprescindível aprender a fazer o correto, pois ninguém fará o certo se não aprendeu, isto é, se não houver a formação de bons costumes, todo processo de educação estará incompleto por parte da responsabilidade dos pais, deixando os filhos sem o crescimento na capacidade de executar tarefas e obrigações.

A superproteção aos filhos, afastando-os dos afazeres mais simples, poderá conduzi-los a menosprezar determinadas tarefas.

Portanto, a educação no lar é fundamental na preparação do filho para o seu futuro, ajudando-o no crescimento moral e espiritual, em que a vida se apresentará alternando momentos bons e ruins, diante das dificuldades e provações que atingem a todos nós.

As virtudes não são concessões divinas, um dom ou uma graça fornecida por Deus a alguns Espíritos.

As aquisições de virtudes são conquistas individuais, alcançadas por meio de provações e aprendizados construtivos em sucessivas experiências vividas.

Por conseguinte, não é algo que se consegue de um dia para o outro, porquanto essa aquisição exige esforço próprio, persistência e firmeza de propósitos. Daí a importância do trabalho no lar.

Isso porque a evolução intelectual, moral e espiritual é um processo contínuo mediante o desenvolvendo de aprendizados que o Espírito ainda necessita melhorar.

A aquisição de um valor moral leva à conquista de outro, e assim por diante, até que o indivíduo se transforme em uma pessoa de bem.

As virtudes são desenvolvidas pelo Espírito em suas vivências tanto na Terra como no plano espiritual.

Retornando à encarnação, o Espírito passa pela fase de infância que lhe oferece as melhores condições para adquirir e desenvolver virtudes.

Se a criança recebe boa educação no lar, sobretudo a moral, seu Espírito é fortificado e sua conduta se revela de acordo com os princípios do bem, principalmente se já ocorreu aprendizado anterior.

A repetição dos bons atos, em nova reencarnação, tem o poder de desenvolver valores morais.

Quem não é virtuoso dentro do lar, não o será fora dele, pois que a virtude não tem duas faces, uma interna e outra externa. A virtude é uma e a mesma em toda parte.

O hábito da virtude, quando real, reflete-se em todos os atos, do mais simples ao mais complexo.

As conjunturas difíceis, as emergências perigosas, não alteram a virtude quando ela já constitui o modo habitual de vida.

Contudo, o vício não cede lugar sem luta.

Assim, a aquisição e o desenvolvimento de virtudes são desafios para superar as próprias imperfeições e os impulsos dominadores das paixões inferiores.

Vejamos o texto de Emmanuel:

Ambiente doméstico

“Frequentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas os a quem odiara, quiçá o ódio lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.

Do item 11, cap. V de O evangelho segundo o espiritismo

Na comunhão de dois seres para a organização da família, prevalece o compromisso de assistência não só de um para com o outro, mas também para com os filhos que procedem do laço afetivo.

Não possuímos ainda na Terra institutos destinados à preparação da paternidade e da maternidade responsáveis. A evolução e o aprimoramento das ciências psicológicas de hoje, porém, garantir-nos-ão no futuro semelhante evento.

Identifiquemos no lar a escola viva da alma.

O Espírito, quando retorna ao plano físico, vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da vida.

Na tépida estrutura do ninho doméstico, germinam-lhe no ser os primeiros pensamentos e as primeiras esperanças. Não lhe será, contudo, tão fácil seguir adiante com os ideais da meninice, de vez que, habitualmente, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres sentimentais das existências passadas, debitando-se-lhe aos componentes os distúrbios da afeição possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e ódio manifesto, ou simpatia e aversão simultâneas.

Pais imaturos, do ponto de vista espiritual, comumente se infantilizam, no tempo exato do trabalho mais grave que lhes compete, no setor educativo, e, em vez de guiarem os pequeninos com segurança para o êxito em seu novo desenvolvimento no estágio da reencarnação, embaraçam-lhes os problemas, ora tratando as crianças como se fossem adultos ou tratando os filhos adultos como se fossem crianças.

Estabelecido o desequilíbrio, irrompem os conflitos de ciúme e rebeldia, narcisismo e crueldade, que asfixiam as plantas da compreensão e da alegria na gleba caseira, transformando-a em espinheiral magnético de vibrações contraditórias, no qual os enigmas emocionais, trazidos do pretérito, adquirem feição quase insolúvel.

Decorre daí a importância dos conhecimentos alusivos à reencarnação, nas bases da família, com pleno exercício da lei do amor nos recessos do lar, para que o lar não se converta, de bendita escola que é, em pouso neurótico, albergando moléstias mentais dificilmente reversíveis.” (Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier. Vida e sexo. FEB Editora. Cap. 4)

Autor: Juan Carlos Orozco

Bibliografia:

BARCELOS, Walter. Educadores do Coração. 6ª Edição. Belo Horizonte/MG: UEM, 2000.

EMMANUEL (Espírito); na psicografia de Francisco Cândido Xavier. Família. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.

EMMANUEL (Espírito); na psicografia de Francisco Cândido Xavier. Vida e sexo.  27ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2021.

XAVIER, Francisco Cândido (psicografado por); por diversos Espíritos. Luz no lar. 12ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2018.

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https://juancarlosespiritismo.blog/

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