Esta reflexão do Evangelho de Mateus trata das responsabilidades, da conscientização e dos compromissos daqueles que assumem a condição de seguidores dos ensinamentos e exemplos do Mestre Jesus.
“Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mateus 5: 13-16)
Esta passagem faz analogia com as características do sal da terra, exaltando o trabalho dos seus discípulos como a luz do mundo para afastar as trevas reinantes e exortando-os a resplandecer a luz de suas conquistas evolutivas em benefício dos seus semelhantes.
Jesus disse: “(…) aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; e aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo; do mesmo modo que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de muitos”. (Mateus, 20: 20-28)
Assim, o Mestre ensina os critérios de grandeza do reino de Deus, em que servir é mais importante do que ser servido.
Os bens disponibilizados por Deus são empréstimos que devem ser utilizados para a prática do bem e da caridade, objetivando a elevação própria e de todos os companheiros de jornada. Para isso, é imprescindível que cada um se movimente no serviço edificante que lhe compete. Muitos acreditam, equivocadamente, que Deus tudo fará por nós sem os devidos esforços. Engano: temos que fazer a nossa parte!
Neste contexto, Jesus dirige-se aos discípulos para apontar-lhes as responsabilidades e conscientizá-los dos compromissos que devem assumir.
O sal, abundante em diferentes regiões da Terra, é considerado mineral precioso.
Várias são as características do sal. A sua influência no organismo proporciona equilíbrio fisiológico e bem-estar. Pela química, permanece inalterado e pode preservar corpos devido às suas qualidades conservadoras.
Jesus diz aos discípulos que eles também são elementos preciosos de grande utilidade, tipos de honestidade, incorruptíveis, preservadores e disseminadores moral no meio em que se encontrarem. Ele quer que os discípulos se distingam espiritualmente pelos mesmos predicados do sal no plano físico.
Como condimento, o sal deve ser utilizado adequadamente e de modo balanceado. Se utilizado abaixo da quantidade necessária, torna a alimentação insípida; se em doses altas, a alimentação fica salgada.
De igual maneira, os seguidores de Jesus devem agir de maneira comedida, discreta e temperada, equilibrando emoções e utilizando-se dos valores morais e intelectuais de que dispõem para cooperar nas tarefas que lhes são confiadas.
Devemos dar sabor à nossa existência, tornando-a saudável e feliz pela aplicação do Evangelho, pois sem ele a vida fica insípida, sem atrativos, monótona, tediosa e dificultosa.
A pessoa que desperta para Cristo é ativa, não se abate perante os fracassos e enfrenta com bom ânimo os desafios da vida.
Se os seguidores do Cristo são o “sal da terra”, eles não devem tornar-se insípidos, corruptíveis ou contaminados pelas influências inferiores que os afastam da vivência do Evangelho. O legítimo servidor do Senhor, onde quer que se encontre, está sempre orando e vigiando para não cair em tentações.
A evolução dos seres é caminho que vai das trevas à luz, sendo a luz o ponto de referência do processo evolutivo que se irradia. Posicionados como aprendizes de Jesus, os seus seguidores serão elementos refletores da luz do próprio Cristo.
Os que sabem mais não devem guardar o conhecimento adquirido, mas sim difundi-lo; são conquistas grandiosas que não podem ser escondidas ou guardadas egoisticamente.
Se não compreendermos a lição maior convocando-nos à fraternidade, a claridade da luz divina ficará aprisionada no egoísmo e continuaremos na escuridão de nossas mazelas.
“Resplandeça a vossa luz” significativa ainda carga magnética imprimindo sentimentos de fé e esperança em nós próprios e nas pessoas que nos cercam. O esforço de resplandecer os nossos sentimentos mais puros será sempre percebido e aceito por alguém. Se sentirmos Deus como nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram em toda parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados.
Assim, os seguidores de Jesus têm que se assemelhar ao sal da terra, vivenciando a mensagem cristã na sua plenitude, dando sabor à vida, temperando-a com os valores das virtudes morais, sem se corromper, ser a luz do mundo, como elementos refletores da luz que irradia do próprio Cristo, e resplandecer a luz das nossas conquistas evolutivas em benefício dos companheiros de jornada.
O verdadeiro cristão deve ser o sal da Terra e a luz do mundo.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.
MOURA, Marta Antunes de Oliveira de (organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte I. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.