“Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?” (Mateus 6: 26)
“Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?” (Mateus, 6: 28-31)
“A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às menores coisas. É nisto que consiste a ação providencial” (Allan Kardec. A Gênese. A Providência).
Deus provê os recursos indispensáveis para as nossas necessidades, sem deixar de cumprir a lei que rege o Universo, pois cada filho seu deve assumir responsabilidades, tomar resoluções e fazer o bom uso do livre-arbítrio. As palavras do Mestre não significam acomodação, ociosidade ou imprevidência, esperando que as bençãos caiam do céu sem o devido esforço e trabalho. Ao contrário, nos estimula a utilizar os nossos talentos em benefício próprio e em auxílio aos nossos semelhantes.
Assim, a Providência Divina inclui várias ações e cuidados de um Deus soberanamente justo, bom e misericordioso. Aos nossos olhos limitados, muitas ocorrências podem parecer coincidências ou acasos, mas na verdade os fatos demonstram a ação da vontade divina, porquanto tudo tem um fim e uma razão de ser.
Não podemos nos abater pelo desânimo, pela angústia ou tristeza. Devemos seguir em frente, sempre confiantes e com fé, pois todos somos filhos do amor de Deus, que tudo providencia para o nosso crescimento e felicidade.
Cada ser recebeu, por empréstimo divino, o talento necessário para impulsionar o seu progresso, mas é necessário movimentá-lo na prática do bem para avançar na direção da grande luz. Alguns destes talentos são transitórios e úteis à vida no plano físico. Outros são eternos, imprescindíveis à felicidade do Espírito. A sabedoria está em saber utilizar esses talentos sem se escravizar, mas devemos priorizar a aquisição dos bens celestiais.
O Pai não reclama de nós as obras imediatas. Ele nos dá o tempo necessário para germinar, crescer, florir e frutificar. Nem sempre conseguiremos a energia suficiente para superar as montanhas de dificuldades, mas devemos sustentar a fé e a confiança em Deus, pois não estamos sós ou órfãos do amparo, do socorro, da luz e da bênção do Pai.
Quando os nossos recursos se esgotarem, evoquemos pela prece a Providência Divina, depositando nela toda a nossa esperança em sua ação segundo a vontade do Pai.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.