“Muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam mais com ele. Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna; e nós temos crido e conhecemos que és o Santo de Deus”. (João, 6: 66-69)
O contexto desta passagem está logo após a revelação de Jesus sendo o pão descido do céu como alimento para a vida, provocando incompreensão entre os judeus. Muitos de seus discípulos, receosos do dever que lhes caberiam, também se afastaram do Mestre.
Em razão da escassez de fortaleza moral, a pessoa não consegue pôr em prática os ditames da vontade. Esta é causa da maioria dos processos de fuga e dos recuos perante os desafios da vida, desorientando e conduzindo a temores infrutíferos.
Diante dos abandonos, sem violar o livre arbítrio, Jesus perguntou aos doze se eles também queriam se retirar. Pedro responde: “Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna”, indicando que “quem começa o serviço de espiritualidade superior junto com Jesus jamais sentirá emoções idênticas à distância d’Ele. (…) Quem comunga efetivamente no banquete da revelação cristã em tempo algum olvidará o Mestre amoroso que lhe endereçou o convite. (…) Por esse motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade: ‘Senhor, para quem iremos nós’?” (Emmanuel)
As palavras do Cristo são de vida eterna porque verdadeiras, luz da vida e esperança que sustentam a fé e a confiança na justiça, na bondade e na misericórdia de Deus. Palavras de vida eterna do Evangelho de Jesus, legado abençoado que aponta diretrizes seguras que devem nortear o aprendizado na escalada evolutiva, pois que atendem às necessidades e aos anseios de todos. Só a fé na vida eterna nos livra da escuridão.
Continuar a seguir as pegadas de Jesus e a andar com Ele é decisão séria, pessoal e intransferível. Se erguida sobre o alicerce do discernimento, aprendemos a conciliar as expectativas da vida no plano físico com as necessidades de melhoria espiritual.
“Jesus indicou a estrada e seguiu-a; pregou a fé e viveu-a; induziu discípulos e companheiros à coragem e demonstrou-a em si mesmo; difundiu a lição do amor, entregando-se amorosamente a cada um, expôs a necessidade do sacrifício pessoal e sacrificou-se; exaltou a beleza do verbo dar e deu sem recompensa; engrandeceu a confiança no Pai e foi fiel até o fim”. (Humberto de Campos)
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
Moura, Marta Antunes de Oliveira (Organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte II: orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.