“Nem todos os que me dizem: ‘Senhor! Senhor!’ – entrarão no Reino dos Céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, nesse dia, me dirão: ‘Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome?’ – Eu então lhes direi em altas vozes: ‘Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade’.” (Mateus, 7: 21-23)
“Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras”. (Mateus, 16: 27)
Os textos evangélicos chamam a atenção para que não se valorize por demais os atos exteriores de fé e devoção dizendo “Senhor! Senhor!”, ao mesmo tempo em que se deixa de praticar os ensinamentos e os exemplos do Mestre, trajando as vestes do orgulho, do egoísmo, da cupidez e de todas as paixões viciosas.
“Não bastará clamar ‘Senhor! Senhor!…’ para atravessarmos vitoriosamente as portas da iluminação espiritual para a vida eterna. (…) O problema da redenção não está situado em nossos lábios, mas, acima de tudo, em nosso coração e em nossos braços, que devemos mobilizar a serviço dos outros e em favor de nós mesmos”. (Emmanuel. Não bastará dizer)
“Não basta dizer – Senhor! Senhor’ equivale a assegurar que a fé não satisfaz, por si só, em nossas suspirada ascensão às bençãos da vida imperecível. (…) Compreendamos que se Jesus admitisse a fé inoperante como penhor de vitória na vida, não teria descido da Glória celestial para sofrer o convívio humano, testemunhando no próprio sacrifício as suas grandes lições!…” (Emmanuel. Fé e ação)
O único caminho aberto para obter a graça do Senhor é o da prática sincera da lei de amor e caridade. Para ser um seguidor do Cristo, devemos procurar as verdadeiras virtudes cristãs pelo reconhecimento das nossas obras. São palavras do Mestre: “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons” e “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo”.
As boas obras não se manifestam ruidosamente por atos exteriores de fé e devoção, mas pela caridade consigo mesmo e para com o próximo, que devem ser praticadas sem ostentação, porquanto a justiça divina determina que cada um receba segundo as obras que realiza. A fé sem obras é morta. O que precisamos da árvore são os bons frutos, pois seremos julgados pelo fizemos ou deixamos de fazer.
“E, abraçando o serviço da redenção que nos é necessária, estejamos empenhados à edificação do bem de todos, porque ajudar a todos é auxiliar a nós próprios e educar-nos – a preço de trabalho e abnegação, – e acender em favor dos outros, com a sublimação de nós mesmos, a bênção da própria luz”. (Emmanuel. Fé e ação)
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); Saulo Cesar Ribeiro da Silva (Coordenador). O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo Mateus. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.