“Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava. E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. (…) E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia”. (Marcos, 1: 21-28)
Da autoridade moral do Cristo para suprir a Humanidade dos recursos favoráveis à nossa redenção espiritual, focaremos a autoridade que, na maioria das vezes, é exercida por nós sem a correspondente ação do que se determina, prega, orienta ou fala.
O Espírito Emmanuel, em “Autoridade em nós mesmos”, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro “Construção do Amor”, ensina:
“Recordemos a esquecida autoridade que o conhecimento superior determina seja exercida por nós em nós mesmos.
Quase sempre ensinamos a arte do pensamento nobre, receitando exercícios e regras aos amigos que nos perlustram a senda, guardando o próprio cérebro à feição de barco desgovernado, em cujas brechas ocultas penetram as sugestões da ignorância e da sombra.
Indicamos aos outros recursos providenciais para que se mantenham indenes de todo mal, através da pureza dos olhos e dos ouvidos, empenhando as próprias percepções à triste aventura da leviandade e do desacerto que acaba sempre na crítica indébita ou na azedia destruidora.
Estruturamos planos para a boa palavra naqueles que nos cercam, sem refrearmos o próprio verbo no galope insensato da crueldade, indicamos fé e esperança para o ânimo alheio, a perder-nos no charco da negação e do derrotismo, exaltamos para ouvintes confiantes a excelência das horas, no capítulo do trabalho e da realização, mergulhando as mãos no visco da inércia e pregamos a excelsitude da caridade para os amigos que nos rodeiam, a desfazer-nos em egoísmo e exigência.
Autoridade!… Autoridade!…
Dela abusaram todos os tiranos que fizeram da própria soberbia escuro resvaladouro para as trevas da criminalidade e da morte e dela, ainda hoje, nos valemos todos para acobertar as próprias fraquezas, sobrecarregando os ombros do próximo com fardos que somos incapazes de suportar.
Lembremo-nos, porém, de Jesus, no sublime governo da própria alma, passando entre os homens com a suprema revelação da divina Luz, e entesouraremos suficiente humildade para entregar a Deus todos os patrimônios que nos enriquecem a vida, aprendendo a disciplinar-nos para refletir-lhe a grandeza na condição abençoada de filhos do Seu Amor”.
Alfonso Milagro, em “O Evangelho meditado para cada dia do ano”, sobre essa autoridade pelo próprio exemplo, escreveu:
“A força de Cristo emerge da Palavra e das obras. (…) O evangelho deixa claro que Jesus fez o que ensinou… (…) Ele não pede nada aos discípulos que não tenha ele próprio provado antes, nenhuma cruz que Ele não tenha carregado… (…)
Para falar com autoridade, não basta saber o que diz; é preciso viver em conformidade com o que se prega.
É impossível falar de alguma coisa com entusiasmo, se não se vive o que se diz.
Você deve sentir e viver o que prega; assim como deve pregar o que vive; se fala para os outros da fé, deve vivê-la em plenitude para podê-la comunicar; se fala de Jesus Cristo, não deve contentar-se em ser discípulo seu, mas há de fazer Jesus Cristo seu modelo e de seu evangelho a norma de sua conduta”.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); na psicografia de Francisco Cândido Xavier. Construção do Amor. (?) Edição. Editora CEU, 1980.
MILAGRO, Alfonso. O Evangelho meditado para cada dia do ano. 5ª Edição. São Paulo/SP: Editora Ave-Maria, 2001.
É muito bom sempre fazer uma boa reflexão.