Jesus disse: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (João, 5: 29).
Segundo a Doutrina Espírita, a palavra “ressurreição” nesse texto evangélico traduz a lei da reencarnação na busca da perfeição com o retorno do Espírito em um novo corpo físico, para ascender mais um degrau evolutivo de transformação ou renovação moral e intelectual para o progresso espiritual (ressurreição da vida), e como mais uma oportunidade ao Espírito para corrigir-se e reparar o mal realizado (ressurreição da condenação). Isso porque em cada reencarnação o Espírito tem a sua posição definida de regeneração e resgate.
Hoje, estamos preparando a reencarnação de amanhã, cujos benefícios decorrentes indicam a manifestação da justiça e da misericórdia divinas, que não condenam o Espírito infrator ao sofrimento eterno, trazendo em seus mecanismos as propostas de aprendizado e os impositivos da lei de causa e efeito.
Assim, a reencarnação proporciona ao Espírito devedor as condições de refazimento do seu destino, sobretudo se há empenho em melhorar-se. O ser humano, em pluralidade de existências, em cada retorno vai lapidando as suas qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.
O Espírito Emmanuel, no livro “Pão Nosso”, em “Lei de retorno”, no Capítulo 127, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, esclarece:
“E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação. – Jesus (João, 5: 29)
Em raras passagens do Evangelho, a lei reencarnacionista permanece tão clara quanto aqui, em que o ensino do Mestre se reporta à ressurreição da condenação.
Como entenderiam estas palavras os teólogos interessados na existência de um inferno ardente e imperecível?
As criaturas dedicadas ao bem encontrarão a fonte da vida em se banhando nas águas da morte corporal. Suas realizações do porvir seguem na ascensão justa, em correspondência direta com o esforço perseverante que desenvolveram no rumo da espiritualidade santificadora, todavia, os que se comprazem no mal cancelam as próprias possibilidades de ressurreição na luz.
Cumpre-lhes a repetição do curso expiatório.
É a volta à lição ou ao remédio.
Não lhes surge diferente alternativa.
A lei de retorno, pois, está contida amplamente nessa síntese de Jesus.
Ressurreição é ressurgimento. E o sentido de renovação não se compadece com a teoria das penas eternas.
Nas sentenças sumárias e definitivas não há recurso salvador. Através da referência do Mestre, contudo, observamos que a Providência Divina é muito mais rica e magnânima que parece.
Haverá ressurreição para todos, apenas com a diferença de que os bons tê-la-ão em vida nova e os maus em nova condenação, decorrente da criação reprovável deles mesmos”. (Emmanuel. Pão Nosso. Cap. 127)
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2018.