Para responder a essa pergunta, vamos nos apoiar em textos da Codificação Espírita de Allan Kardec e da sua literatura complementar para buscarmos os esclarecimentos e os ensinamentos necessários a respeito do tema.
Antes, algumas citações evangélicas:
“E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: eis que o semeador saiu a semear.” (Mateus, 13: 2-3)
“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.” (Mateus, 13: 10-17)
“Tudo isto disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava, para que se cumprisse a profecia: abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação.” (Mateus, 13: 34-35)
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” (João, 14: 16-17)
“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (João, 16: 12-14)
No livro “A Gênese”, de Allan Kardec, no Capítulo I, em “Caráter da revelação espírita”, no item 26, extraímos:
“26. Entretanto, o Cristo acrescenta: ‘Muitas das coisas que vos digo ainda não as podeis compreender, e muitas outras eu teria a dizer, que não compreenderíeis; é por isso que vos falo por parábolas; mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas.’ (…) Se, pois, o Cristo não disse tudo quanto poderia dizer, é que julgou conveniente deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem em condição de compreendê-las. Como Ele próprio o confessou, seu ensino era incompleto, visto anunciar a vinda daquele que deveria completá-lo; previra, pois, que suas palavras seriam desprezadas ou mal interpretadas, e que os homens se desviariam do seu ensino; em suma, que desfariam o que Ele fez, uma vez que todas as coisas hão de ser restabelecidas. Ora, só se restabelece aquilo que foi desfeito.”
Em seguida, Kardec complementa nos itens 27 e 28:
“27. Por que Ele chama de Consolador ao novo messias? Este nome, significativo e sem ambiguidade, encerra toda uma revelação. Assim, Ele previra que os homens teriam necessidade de consolações, o que implica a insuficiência daquelas que eles achariam na crença que iam fundar. Talvez nunca o Cristo fosse tão claro, tão explícito como nestas últimas palavras, às quais poucas pessoas deram a devida atenção, provavelmente porque evitaram esclarecê-las e aprofundar-lhes o sentido profético.
28. Se o Cristo não pôde desenvolver o seu ensino de maneira completa, é que faltavam aos homens conhecimentos que eles só podiam adquirir com o tempo e sem os quais não o compreenderiam; há muitas coisas que teriam parecido absurdas no estado dos conhecimentos de então. Completar o seu ensino deve entender-se no sentido de explicar e desenvolver, e não no de juntar-lhe verdades novas, porque tudo nele se encontra em estado de germe, faltando-lhe somente a chave para se apreender o sentido de suas palavras.”
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, no Capítulo XXIV, em “Não ponhais a candeia debaixo do alqueire”, no subtítulo “Candeia sob o alqueire. Por que fala Jesus por parábolas”, no item 4, ressaltamos:
“4. É de causar admiração diga Jesus que a luz não deve ser colocada debaixo do alqueire, quando Ele próprio constantemente oculta o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, dizendo a seus apóstolos: ‘Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas. Eles veem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios.’ Procedia, portanto, com o povo, como se faz com crianças cujas ideias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indica o verdadeiro sentido da sentença: ‘Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver.’ Tal sentença não significa que se deva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria, sem as esclarecer.
Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina; mas o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade. Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre sua fé. É então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé.
5. Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a Humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela (a Providência) as mantém de reserva, e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do alqueire. É por isso que todas as religiões têm tido seus mistérios, cujo exame proíbem. Todavia, ao passo que essas religiões iam ficando para trás, a Ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. Havendo-se tornado adulto, o vulgo entendeu de penetrar o fundo das coisas e eliminou de sua fé o que era contrário à observação.
Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.
6. Pergunta-se: que proveito podia o povo tirar dessa multidão de parábolas, cujo sentido se lhe conservava impenetrável? É de notar-se que Jesus somente se exprimiu por parábolas sobre as partes de certo modo abstratas da sua doutrina. Tendo feito, porém, da caridade para com o próximo e da humildade condições básicas da salvação, tudo o que disse a esse respeito é inteiramente claro, explícito e sem ambiguidade alguma. Assim devia ser, porque era a regra de conduta, regra que todos tinham de compreender para poderem observá-la. Era o essencial para a multidão ignorante, à qual Ele se limitava a dizer: ‘Eis o que é preciso se faça para ganhar o Reino dos Céus’. Sobre as outras partes, apenas aos discípulos desenvolvia o seu pensamento. Por serem eles mais adiantados, moral e intelectualmente, Jesus pôde iniciá-los no conhecimento de verdades mais abstratas. Daí o haver dito: Aos que já têm, ainda mais se dará.
Entretanto, mesmo com os apóstolos, conservou-se impreciso acerca de muitos pontos, cuja completa inteligência ficava reservada a ulteriores tempos. Foram esses pontos que deram ensejo a tão diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, revelassem as novas Leis da Natureza, que lhes tornaram perceptível o verdadeiro sentido.
7. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções. Só gradual e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à medida que se for tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento, somente a reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível; houvera mesmo assustado as que não se achassem preparadas para recebê-la, do que resultaria ficar prejudicada a sua propagação. Se, pois, os Espíritos ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é porque cada coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada ideia tempo para amadurecer e propagar-se, antes que apresentem outra, e aos acontecimentos o de preparar a aceitação dessa outra.”
Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo VI, em “O Cristo consolador”, no item 4, esclarece:
“4. Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido. O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: ‘Ouçam os que têm ouvidos para ouvir’.
O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: ‘Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados’. Mas como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até o termo do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da Lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”
Cairbar Schutel, no livro “Parábolas e ensino de Jesus”, em “As parábolas e a sua interpretação”, destacamos:
“Na acepção geral do termo, parábola é uma narrativa que tem por fim transmitir verdades indispensáveis de serem compreendidas.
As parábolas dos Evangelhos são alegorias que contêm preceitos de moral.
O emprego contínuo, que durante o seu ministério Jesus fez das parábolas, tinha por fim esclarecer melhor seus ensinos, mediante comparações do que pretendia dizer com o que ocorre na vida comum e com os interesses terrenos. Sugeria, assim, o Mestre, figuras e quadros das ocorrências cotidianas, para facilitar mais aos seus discípulos, por esse método comparativo, a compreensão das coisas espirituais.
Aos que o ouviam ansiosamente, procurando compreender seus discursos, a parábola tornava-se-lhes excelente meio elucidativo dos temas e das dissertações do grande pregador.
Mas os que não buscavam na parábola a figura que compara, a alegoria que representa a ideia espiritual, e se prendiam à forma, desprezando o fundo, para estes a doutrina nem sequer aparecia, mas conservava-se oculta, como a noz dentro da casca.
Daí a resposta de Jesus aos discípulos que lhe inquiriram a razão dele falar por parábolas: ‘Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é isso dado. Pois ao que tem, dar-se-lhe-á e terá em abundância; mas ao que não tem; até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.’
‘Por isso lhes falo por parábolas, porque vendo não veem; e ouvindo não ouvem, e nem entendem. E neles se está cumprindo a profecia de Isaías, que diz: Certamente ouvireis, e de nenhum modo entendereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os olhos; para não suceder que vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos, entendam no coração e se convertam e eu os cure.’
Pelo trecho se observa claramente que os fariseus e a maioria dos judeus, em ouvindo a exposição da parábola, só viam a figura alegórica que lhes era mostrada, assim como quem não quebra a noz, só lhe vê a casca.
Ao passo que com seus discípulos não acontecia a mesma coisa; eles viam e ouviam o ensino, o sentido espiritual que permanece para sempre; não se prendiam à figura ou à palavra sonora, que se extingue desvanece.
De modo que os fariseus ouviam, mas não ouviam; viam, mas não viam; porque uma coisa é ver e ouvir com os olhos e ouvidos do corpo, e outra coisa é ver e ouvir com os olhos e ouvidos do Espírito.
A condição que Jesus expõe, como sendo indispensável ‘para nos ser dado e possuirmos em abundância’ é como diz o texto, de ‘nós termos’. Mas ‘termos’ o quê? Certamente algum princípio doutrinário unido à boa vontade para recebermos a verdade – ‘Aquele que tem ser-lhe-á dado e terá em abundância’.
E o obstáculo à recepção da sua doutrina é o indivíduo ‘não ter’ – não ter a mais ligeira iniciação espiritual e não ter boa vontade para receber a Nova da Salvação.
De modo que a parábola evangélica é uma instrução alegórica, exposta sempre com um fim moral, como um meio fácil de fazer compreender uma lição espiritual. É, pelo menos, a opinião do evangelista Mateus quando diz: ‘Todas estas coisas falou Jesus ao povo em parábolas, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em Parábolas a minha boca, e publicarei coisas escondidas desde a criação.’ (Mateus, XIII, 34-35).
Finalmente, as parábolas têm pouca importância para os que as tomam como foram escritas; demais, o sentido nunca deve ser desnaturado ou transviado, sob pena de prejudicar a ideia cristã. Por exemplo, ao que vê na parábola do ‘tesouro escondido’ um meio de enriquecer materialmente, ou na parábola do ‘administrador infiel’ uma lição de infidelidade, lhe será preferível fechar os Evangelhos e continuar a tratar de seus negócios materiais.
A inteligência dos Evangelhos explica perfeitamente a interpretação espiritual que Jesus dá aos seus ensinos. Se os Evangelhos fossem um amontoado de alegorias sem significação espiritual, nenhum valor teriam.”
No livro II, em o “Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita”, “Ensinos e parábolas de Jesus”, Parte I, Módulo III, Roteiro 1 – O Semeador, temos:
“E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear (Mt 13:3).
A utilização de parábolas para ensinar indica que Jesus se encontrava perante uma multidão heterogênea, imbuída do desejo de crescer, mas ainda despreparada para absorver verdades espirituais em toda a sua plenitude. O ensino por parábolas lhes atendia as necessidades imediatas, preservando, porém, as orientações superiores, sem ocultá-las, as quais seriam utilizadas no futuro pelo Espírito, quando estivesse numa posição evolutiva melhor.”
No livro III, em o “Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita”, “Ensinos e parábolas de Jesus”, Parte II, Módulo I, Roteiro 1 – O Consolador, temos:
“A vinda do Consolador tem, pois, o poder de ampliar os horizontes do entendimento humano, favorecendo a busca pelos legítimos valores de libertação do Espírito.
Para o espírita, o Espiritismo representa a consubstanciação da Mensagem Cristã porque explica e revive os ensinamentos do Evangelho. A Doutrina Espírita levantou o véu que encobria o entendimento das parábolas e dos demais ensinamentos de Jesus.”
Por último, gostaria de deixar alguns aspectos levantados por Frederico Guilherme da Costa Kremer, na introdução do seu livro “Jesus de Nazaré: uma narrativa da vida e das parábolas”, ao discorrer sobre “O desafio das parábolas”:
“Por fim, gostaríamos de comentar alguns pontos importantes que podem nos ajudar a descobrir os tesouros das parábolas, como um mapa ou guia.
Incialmente, devemos buscar entender o seu contexto para determinar por que ela foi contada. Depois, identificar o ensinamento principal que a parábola pretende transmitir, embora também possamos descobrir lições secundárias. Outro ponto é não nos perdemos nos detalhes. Os pormenores de uma parábola, às vezes, podem ter significado, mas na maioria não contêm sentido oculto e foram, simplesmente, destinados a preencher uma narrativa.
Finalmente, e mais importante, devemos sempre procurar uma aplicação pessoal e individual em cada parábola, isto é, ir além da apreciação intelectual. Depois de entender a lição, precisamos pensar se encontramos a nós mesmos na parábola e refletir sobre o que devemos fazer ou modificar na nossa vida. Muitas vezes, pensamos que as lições são para os outros e não para nós. Enfim, o estudo das parábolas não é um exercício de diletantismo intelectual sem um único pensamento de fazermos qualquer aplicação a nós mesmos. É muito proveitoso que, ao final, perguntemos mentalmente ao Mestre: o que há para mim?”
Bibliografia:
KARDEC, Allan; tradução de Evandro Noleto Bezerra. A Gênese. 2ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.
KREMER, Frederico Guilherme da Costa. Jesus de Nazaré: uma narrativa da vida e das parábolas. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.
MOURA, Marta Antunes de Oliveira de (Organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte I. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.
MOURA, Marta Antunes de Oliveira de (Organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte II. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.
SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e ensino de Jesus. 28ª Edição. Matão/SP: Casa Editora O Clarim, 2016.

Sempre quis saber porque Jesus falava por parábolas, gratidão
Prezada Ryath, boa noite.
Muito obrigado pela sua mensagem.
Um fraterno abraço!
Juan Carlos