De Saulo a Paulo de Tarso: o amor de Cristo nos constrange

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A seguir o texto da palestra

De Saulo a Paulo de Tarso: o amor de Cristo nos constrange

“Pois o amor de Cristo nos constrange…” (Paulo de Tarso; 2 Coríntios 5: 14).

Essa reflexão tratará da transformação de quem desperta para Jesus e começa a viver de acordo com os seus ensinamentos e exemplos, adotando-os como roteiro de vida e se sente constrangido a não ser mais a pessoa de antes, assim como ocorreu na mudança radical de rumo na vida de Saulo para Paulo de Tarso, a caminho de Damasco, perante o chamamento do Cristo para a sua missão evangelizadora.

Essa transformação foi tamanha que Paulo disse: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas, 2: 20).

Importante recordar que Saulo foi algoz e grande perseguidor do Cristianismo nascente. Outro destaque é que Saulo não conheceu Jesus, não encontrou com ele durante o seu ministério e seus itinerários e suas cronologias não foram coincidentes.

Depois da crucificação, a doutrina do Mestre parecia destroçada e os apóstolos estavam aterrorizados. As autoridades políticas e religiosas da época achavam que o desaparecimento de Jesus era questão de tempo. Os seguidores do Cristo, aparentemente, não estavam preparados para a tarefa de propagar e institucionalizar o Cristianismo.

Jesus ressuscitara e fazia suas aparições. Contudo, faltava algo mais.

No mundo espiritual, estava eleito aquele que iria assumir o encargo de iniciar a institucionalização e a universalização da doutrina de Jesus. Faltava somente chamá-lo aos seus compromissos.

O homem era Saulo de Tarso. O chamamento se deu na estrada a caminho de Damasco, quando teve a visão gloriosa do Mestre, que o chamou para a sua missão de fé, esperança e caridade, sob o testemunho dos companheiros de viagem. Saulo se viu atirado ao chão e tomado de cegueira temporária e, quando se levantou, não era mais Saulo, o doutor da lei, mas Paulo, o Apóstolo da nova ordem cristã.

Esse fato é narrado em Atos dos Apóstolos, 22: 6-10, da seguinte maneira:

Aconteceu, porém, que, quando caminhava e ia chegando perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente, do céu brilhou-me ao redor uma grande luz. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Eu respondi: Quem és tu, Senhor? Disse-me: Eu sou Jesus, o nazareno, a quem tu persegues. E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, mas não entenderam a voz daquele que falava comigo. Então disse eu: Senhor, que queres que eu faça? E o Senhor me disse: Levanta-te, e vai a Damasco, onde se te dirá tudo o que te é ordenado fazer”.

Somente em Damasco saberia que rumo tomaria a sua vida. Todos os seus valores, até ali, haviam ficado na poeira da estrada com o seu orgulho, agora inútil e incômodo.

Em Damasco, encontrou Ananias que lhe restituiu a visão e o levou ao encontro do seu destino.

Nem todos somos chamados dessa maneira aos nossos compromissos espirituais. Porém, não precisamos mais repetir a pergunta de Paulo a Jesus para abrir os nossos olhos, pois a Palavra indica o caminho a seguir. Podemos nos livrar da cegueira temporária mediante uma reforma íntima que traga na esteira a reforma do mundo em que vivemos.

Nesse contexto, o constrangimento pelo amor de Cristo citado por Paulo de Tarso merece análise mais profunda, indo além de coagir, compelir, dominar, modificar, mudar ou renovar. É, pelo livre-arbítrio, não voltar a ser mais o que você era antes!

O Espírito Emmanuel, no livro “Fonte viva”, da FEB Editora, no Capítulo 74, em “Quando há luz”, na psicográfica de Francisco Cândido Xavier, traz linda mensagem que nos conduz a profundas reflexões:

Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente.

Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante.

Algo de indefinível na terrestre linguagem transtorna-lhe o espírito. (…)

Renova-se-lhe toda a conceituação da existência.

O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado.

O que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono.”

Quando dominados pelo amor de Cristo, ele nos constrange a seguir as suas pegadas e a mudar as nossas atitudes, os nossos caminhos e as nossas vidas pela verdade divina que liberta a alma na busca da perfeição.

Quando coagidos pelo amor de Cristo, tendo abrigo em seus corações, as claridades da Palavra do Mestre iluminam e penetram com profundidade as almas transformadas, não havendo mais lugar para a pessoa antiga.

Para seguir Jesus, Paulo de Tarso renunciou do fundo do seu coração a todos os sentimentos inferiores, como o egoísmo, o orgulho, a soberba, a vaidade, dentre outros, que retardam o nosso progresso moral e espiritual.

A grande reflexão está em como mudar a nossa vida e dar a ela um novo rumo e sentido, sendo constrangido pelo amor de Jesus.

O primeiro passo está na libertação das amarras e no desapego das coisas materiais que nos prendem e impedem de tomar uma nova direção ou orientação, principalmente se essa nova direção será exatamente no sentido oposto ao que você vinha vivendo até agora.

Cedo ou tarde, a hora do despertar moral e espiritual chegará! A hora que será construída com luta diária, quer no seio da família, dos parentes e amigos, quer no trabalho, ou no caminho da evolução mediante provas e expiações.

Quando chegar a hora, não vacile, vá em frente, confiante, com fé e na certeza de que estará servindo ao Senhor e não ao servo.

Ao longo de nossas vidas, o Semeador Divino joga as suas sementes esperando que sejamos solos férteis para germinar boa árvore e dar bons frutos.

Pela Palavra, somos convocados a seguir as pegadas de Jesus no trabalho edificante da prática do bem e da caridade.

Quem tem ouvido, ouça, quem tem visão, enxergue, para compreender o verdadeiro sentido da Palavra. A verdade divina é uma só!

A cada dia, temos a oportunidade de renovação e de renascimento espiritual. Renasça agora!

Para Jesus entrar em sua vida, depende unicamente de você.

Precisamos nos transformar de Saulo para Paulo, arrancando dentro nós a luz da consciência de um novo ser. Porém, não precisamos mais perguntar ao Cristo o que fazer: a nossa tarefa está claramente diante de nós.

Por tudo isso, que sejamos constrangidos pelo amor de Cristo e, como aprendizes do Evangelho, diante da verdade divina que liberta a alma, possamos levar aos nossos irmãos palavras de fé, confiança, consolo e, principalmente, esperança na vida futura mediante obras edificantes.

Autor: Juan Carlos Orozco

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Fonte viva.  1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2020.

EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Paulo e Estevão.  45ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.

KREMER, Ruy. Paulo, um homem em Cristo.  1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.

MIRANDA, Hermínio Corrêa de. Candeia na noite escura: Senhor, que queres que eu faça? 5ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2014.

Para acessar o Blog Reflexões espíritas, clicar no link abaixo:

https://juancarlosespiritismo.blog/

3 comentários em “De Saulo a Paulo de Tarso: o amor de Cristo nos constrange

  1. Avatar de Ryath

    Oi, muito bom o texto!!!!

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    1. Avatar de Juan Carlos Orozco

      Prezada Ryath, bom dia. Obrigado pelo seu comentário. Att Juan Carlos

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    2. Avatar de Ana Silva

      O Constrangimento do Amor Cristo, que nos leva a reflexão constante das nossas más tendências uma vez que já recebemos o Amor de Cristo que nos leva a pergunta: O que Deus vai pensar de mim?

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