“Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu Senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes”. (João, 13: 13-17)
Esta passagem evangélica ocorre depois de Jesus lavar os pés dos apóstolos para dar-lhes o exemplo do valor da humildade no Plano do Pai, dizendo-lhes: “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”, e, continuando, “não é o servo maior do que o seu Senhor”.
Além da lição de humildade, podemos extrair outros aprendizados: a importância de seguir os ensinamentos e os exemplos do Mestre; identificar a meta a ser alcançada pelo discípulo; e os benefícios decorrentes por seguir as pegadas do Mestre.
Jesus sempre nos ensinou, pelo exemplo, as virtudes que devemos cultivar para a nossa evolução moral e espiritual, assim como fazer brilhar a nossa luz em prol dos nossos semelhantes pela prática do bem e da caridade. O exemplo do Mestre é fundamental para o aprendizado dos discípulos; e ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra que devemos nos despir das vestes do orgulho e do egoísmo para servir os outros.
Pelos ensinamentos e exemplos do Mestre, a meta a ser alcançada por seus discípulos é a perfeição relativa à Humidade, tendo o Cristo como modelo e guia: o caminho, a verdade e a vida, pois ninguém vai ao Pai senão por Ele (João, 14: 6).
A finalidade da evolução espiritual é desenvolver todo o potencial divino existente em cada ser, transformando-se em um ser bom, perfeito e feliz. O Espírito tem que desenvolver a inteligência e a moral, pela prática do bem e da caridade, sem causar sofrimentos a si e aos outros. Para isso, tem o livre-arbítrio para fazer as escolhas corretas com a consequente responsabilidade dos efeitos das decisões e atitudes tomadas.
Como participante da obra divina em plano menor, o discípulo tem que continuar a obra do Mestre para ser recompensado pela bem-aventurança (João, 13: 17), a verdadeira felicidade sob o aspecto espiritual decorrente da conquista do reino de Deus dentro si mesmo mediante a renovação interior e pelo desenvolvimento da capacidade de elevar-se.
Assim, a vida é uma grande escola, cujo Mestre maior é Jesus Cristo. Os seus ensinamentos e exemplos servem de roteiros de vida, principalmente para a nossa evolução. Logo, indispensável não esquecer a nossa condição de servo de Deus, e o servo não é maior do que o seu Senhor.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.