Extrato do Roteiro 20 do livro “Estudo aprofundado da doutrina espírita: cristianismo e espiritismo. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo“
“Pentecostes é uma palavra grega que significa quinquagésimo dia. Os judeus depois que partiram do Egito, gastaram quarenta e nove dias até o Monte Sinai; e no quinquagésimo dia, Moisés recebeu o Decálogo; em memória disto, instituiu-se a festa de Pentecostes, que no Cristianismo tomou um novo sentido: comemora a descida do Espírito Santo, ou seja, a recepção da mediunidade pelos Apóstolos no quinquagésimo dia após a ressurreição de Jesus, e também o início das lutas pela divulgação do Evangelho, as quais se prolongam até hoje e ainda estão longe de terminar. (…)
Os fenômenos de pentecostes estão descritos em Atos dos Apóstolos, 2:1- 11. Trata-se de um texto marcado por simbolismos: cinquenta dias depois da ascensão do Cristo acontece o fenômeno conhecido como a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, materializado na forma de línguas de fogo; explode a mediunidade de xenoglossia (poliglota) nos apóstolos; Pedro é envolvido pelas forças superiores e discursa sob forte inspiração; lança-se então a pedra fundamental da primeira igreja cristã do Planeta.
Após o impacto inicial, provocado pelos fenômenos de efeitos físicos (línguas de fogo e xenoglossia), o discurso de Pedro demonstra, de forma contundente, uma ação programada do plano espiritual superior, conseguindo transformar o ânimo dos apóstolos e dos demais discípulos de Jesus – antes inseguros e medrosos – em cartas vivas do Evangelho.
É por este motivo que o pentecostes cristão tem um significado especial para todos nós, os seguidores do Cristo: marca o início da pregação e da difusão do Evangelho, na Terra, pelos cristãos que, fazem surgir a primeira ekklesia (igreja) de Jerusalém, uma humilde comunidade formada de judeus convertidos ao Cristianismo.
Pedro foi, possivelmente, o primeiro chefe desta igreja, seguido de Tiago. (…)
Os fenômenos mediúnicos ocorridos no dia de pentecostes foram notáveis. Os pontos luminosos que a multidão percebeu sobre a cabeça de cada apóstolo nos revelam o conhecido fenômeno mediúnico de efeitos físicos. Na verdade, tais pontos nada mais eram do que Espíritos ‘[…] que não se mostraram visíveis de todo, mas apenas o suficiente para serem percebidos; e como brilhasse a parte que os discípulos puderam ver, interpretaram-na como línguas de fogo’.
A mediunidade poliglota (xenoglossia), permitiu que os representantes estrangeiros entendessem, na própria língua, ‘as maravilhas de Deus’ (At 11). Um grupo de peregrinos, porém, ouvindo o mesmo ensinamento espiritual que os outros ouviram, preferiu acreditar que os apóstolos e os discípulos de Jesus estavam embriagados (At 12). (…)
O discurso de Pedro foi, portanto, de grande significância naquele momento. Inspirado, a venerável figura do apóstolo se ergue, exalta o nome de Jesus e explica o que estava, efetivamente, acontecendo. A preleção evangélica de Pedro, majestosa e bela, assinala o marco da difusão do Evangelho, após a partida do Mestre. No seu discurso, fala da importância da mediunidade, que caracteriza o nascimento de um novo ciclo na evolução espiritual humana.A humanidade terrestre não mais seria a mesma, a partir daquele momento, pois o trabalho dos apóstolos e dos discípulos de Jesus iniciaria poderoso movimento revolucionário no Planeta: ‘[…] o Evangelho é portador de gigantesca transformação do mundo. Destina-se à redenção das massas anônimas e sofredoras. Reformará o caminho dos povos’.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
MOURA, Marta Antunes de Oliveira de (Organizadora). Estudo aprofundado da doutrina espírita: cristianismo e espiritismo. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.