Jesus cura mulher curvada

Esta reflexão é uma compilação de trechos extraídos da literatura Espírita.

Do livro “A Gênese”, de Allan Kardec, no Capítulo XV – Os milagres do Evangelho:

“19. Jesus ensinava numa sinagoga todos os dias de sábado. — Um dia, viu ali uma mulher possuída de um Espírito que a punha doente, havia dezoito anos; era tão curvada que não podia olhar para cima. — Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: ‘Mulher, estás livre da tua enfermidade’. — Impôs-lhe ao mesmo tempo as mãos e, endireitando-se, ela rendeu graças a Deus.

Mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus haver feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: ‘Há seis dias destinados ao trabalho; vinde nesses dias para serdes curados e não nos dias de sábado’.

O Senhor, tomando a palavra, disse-lhe: ‘Hipócrita, qual de vós não solta da carga o seu boi ou seu jumento em dia de sábado e não o leva a beber? — Por que então não se deveria libertar, em dia de sábado, dos laços que a prendiam, esta filha de Abraão, que Satanás conservara atada durante dezoito anos?’

A estas palavras, todos os seus adversários ficaram confusos e todo o povo encantado de vê-lo praticar tantas ações gloriosas. (Lucas, 13: 10 a 17.)

20. Este fato prova que naquela época a maior parte das doenças era atribuída ao demônio, e que todos confundiam, como ainda hoje, os possessos com os doentes, mas em sentido inverso, isto é, hoje os que não acreditam nos Espíritos maus confundem as obsessões com as moléstias patológicas”.

Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações evangélicas à luz da Doutrina Espírita”, apresenta o seu esclarecimento:

“LUCAS, 13: 10 A 13.

Mulher doente, curvada

10. Certo sábado em que Jesus ensinava numa das sinagogas deles, 11. veio aí ter uma mulher possessa de um Espírito de enfermidade que a tornara doente, havia dezoito anos. Tão curvada era que absolutamente não podia olhar para cima. 12. Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença. 13. E, Impondo-lhe as mãos, ela se endireitou no mesmo Instante e rendeu graças a Deus.

Os judeus atribuíam a satanás, isto é, aos Espíritos, tudo o que não podiam compreender, nem explicar. Daí o empregarem muitas vezes o termo ‘possessão’ referindo-se a casos que eram apenas de doença.

O de que falam os versículos acima era um destes, de simples doença. Verifica-se isso, notando-se o seguinte: ao passo que o Evangelista, de acordo com o modo de ver da época e usando da linguagem então corrente, diz que a mulher estava possessa de um ‘espírito de enfermidade’ (spiritum infirmitatis), mas Jesus quando se lhe dirige, apenas diz: ‘Mulher, estás livre da tua enfermidade’ (ab infiírmitate tua). Entretanto, quando o caso era de possessão, isto é, de obsessão, de subjugação, Ele intimava o Espírito obsessor a que se afastasse. Aquela mulher sofria de um amolecimento da medula espinhal e, como consequência, de enfraquecimento da coluna vertebral, pelo que não podia levantar o busto. A cura se operou por efeito da aplicação, que Jesus lhe fez, mediante uma ação espírito-magnética, ou de magnetismo espiritual, de fluídos apropriados a restituir ao órgão enfraquecido a força de que carecia.

A natureza desses fluídos, bem como suas propriedades atuantes nos são desconhecidas e ainda não estamos em condições de poder conhecê-los. Pelos efeitos, porém, que conhecemos e que, de boa-fé, são incontestáveis, do ‘magnetismo humano”, podemos até certo ponto imaginar quais os que produzirá o ‘magnetismo espiritual’, quando aplicado por um Espírito de sublimada pureza e, portanto, de inexcedível poder, como o de Jesus.

Aliás, dos efeitos da aplicação desse magnetismo (espiritual), em toda a sua amplitude, já podemos fazer ideia mais ou menos aproximada, sem recorrermos à comparação com os que resultam da do magnetismo humano, somente observando o que se passa nas sessões espíritas bem orientadas, onde os nossos guias, embora se nos conservem invisíveis, secundam por essa forma a nossa ação, desde que objetivamos dar alívio a um irmão nosso e que para eles apelamos pela prece feita com fervor e fé.

Vê-se assim que nos corre o dever de estudar e praticar com ardor, desinteresse e perseverança essa ciência celeste, que o Senhor nos confiou, precioso tesouro que nos facultará fazer obras análogas às que Ele fez, o que lograremos com o tempo, a continuidade do esforço, o desprendimento da matéria e a assistência dos nossos guias e, em geral, dos espíritos de eleição.

Acrescentemos que o fato evangélico que apreciamos encerra um outro ensinamento da maior importância, sobre o qual muito devemos meditar, para o aproveitarmos bem, de modo a corrigirmos uma tendência que se vai prejudicialmente generalizando. Essa tendência é a de atribuir-se toda e qualquer doença a uma atuação de Espíritos e o ensino consiste em que devemos examinar cuidadosamente cada caso que se nos apresente, a fim de não confundirmos os que sejam de simples enfermidade com os em que os sofrimentos decorrem, principalmente, da ação de espíritos malfazejos, por índole, ou por inconsciência”.

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

KARDEC, Allan; tradução de Evandro Noleto Bezerra. A Gênese. 2ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.

SAYÃO, Antônio Luiz. Elucidações evangélicas à luz da Doutrina Espírita. 16ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

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