
“Até agora, não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis a fim de que a vossa alegria esteja completa”. (João, 16: 24)
Essa passagem evangélica vem após o Cristo dizer aos discípulos sobre a sua volta ao Pai, o Consolador Prometido, o Espírito de Verdade e os choros, as lamentações e as tristezas que se converterão em alegria. Consolando os discípulos, o Mestre ensina “que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (João 16: 23).
Em outras passagens, Jesus havia ensinado as qualidades da prece, em que, sem formalismo e evidência, devemos nos colocar em ato de humildade, fé, confiança, vontade, esperança e perdão para receber a graça divina.
Em geral, no pedir, o ser humano apenas vê o presente, esquecendo-se de edificar a futura morada e sem compreender que muitas dores e sofrimentos são adubos espirituais para tornar o solo fértil, criando as condições para acolher e fecundar a semente da Palavra, que desenvolverá a boa árvore para produzir bons frutos.
A oração tem poder, mas como está pedindo? Pede em nome de Jesus? O que tem suplicado?
O Espírito Emmanuel, em “Como pedes?”, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro “Caminho, verdade e vida”, esclarece:
“Em muitos recantos, encontramos criaturas desencantadas da oração.
Não prometeu Jesus a resposta do Céu aos que pedissem no seu nome? Muitos corações permanecem desalentados porque a morte lhes roubou um ente amigo, porque desastres imprevistos lhes surgiram na estrada comum.
Entretanto, repitamos, o Mestre divino ensinou que o homem deveria solicitar em seu nome.
Por isso mesmo, a alma crente, convicta da própria fragilidade, deveria interrogar a consciência sobre o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.
Estará suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? Reclamar, em virtude dos caprichos que obscurecem os caminhos do coração, é atirar ao divino Sol a poeira das inquietações terrenas; mas pedir, em nome de Jesus, é aceitar-lhe a vontade sábia e amorosa, é entregar-se-lhe de coração para que nos seja concedido o necessário.
Somente nesse ato de compreensão perfeita do seu amor sublime encontraremos o gozo completo, a infinita alegria.
Observa a substância de tuas preces. Como pedes? Em nome do mundo ou em nome do Cristo? Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas”. (Emmanuel. Caminho, verdade e vida. FEB. Cap. 66)
A prece é reflexo do Espírito, exteriorizando sentimentos e emoções. Em qualquer circunstância, a prece é carregada de energia mental transmitida pelo pensamento, que, se for de vibrações elevadas e edificantes, a súplica trará luz ao caminho em direção ao Pai pela verdade que liberta.
Assim, devemos orar em nome de Jesus para receber a graça divina. Pedir acima de tudo compreensão quanto ao plano divino traçado para a nossa evolução, de maneira a aproveitar o trabalho e o serviço edificantes para o bem de nós mesmos e dos nossos semelhantes.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); Saulo Cesar Ribeiro da Silva (Coordenação). O Evangelho por Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.